04/04/2018 | 11:55
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RN (Sedec) tenta uma aproximação com a alemã Wintershall Holding, subsidiária da Basf, que na semana passada, durante a 15ª rodada de licitação promovida pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), arrematou três lotes da Bacia Potiguar e surpreendeu com um ágio de 737,5%. O bloco é o “POT-M-857” e a oferta foi a maior registrada para a exploração na região.
Nesta quarta-feira, 4, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Otomar Lopes Cardoso, disse que a pasta quer conhecer melhor a empresa, que arrematou vários outros lotes pelo país, para entender como seria a presença dela no estado.
“Se teria um escritório aqui ou se tudo seria coordenado a partir do Rio de janeiro; se contrataria fornecedores locais e em que áreas e, afinal, quais atratividades exatamente ela enxergou no Rio Grande do Norte para realizar um desembolso tão expressivo”, afirmou o secretário.
Dos 13 blocos da Bacia Potiguar – todos em mar – apresentados no leilão em três lotes distintos, apenas sete receberam ofertas. No entanto, o resultado do ágio (a diferença entre o valor mínimo e a proposta das empresas) foi nada menos do que de 353,6%, alcançando o valor de R$ 138,9 milhões, quando o esperado girava inicialmente em torno de R$ 30,6 milhões.
Outro aspecto considerado positivo da Rodada, por parte da Sedec, foi o valor do investimento anunciado pelas empresas vencedoras: no total, Wintershall Holding, Shell Brasil e o Consórcio Petrobrás-Shell Brasil deverão investir algo ao redor de R$ 190,9 milhões na exploração do petróleo.
Todos estes lotes foram classificados pela ANP no modelo exploratório “nova fronteira”, ou seja, com maior risco quanto aos resultados finais por estarem localizados em áreas de menor conhecimento geológico, com eventuais barreiras desconhecidas que podem onerar a exploração do petróleo.
A Wintershall Holding, que atualmente já tem projetos na América Latina apenas na Argentina, já anunciou para 2018 a intenção de investir fortemente no País.
Para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, embora o valor os investimentos anunciados não sejam realizados integralmente no RN, a notícia da retomada do interesse na exploração do petróleo na Bacia Potiguar pode ser lido como aumento de receita para o Estado e os municípios, com os royalties, além da perspectiva de novo negócios gerados a partir da importante estrutura já existente no litoral potiguar, principalmente em Guamaré.