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Censo
Em Natal, 13% da população moram em áreas de risco de desastres naturais
Alerta do IBGE mostra que Nordeste foi a segunda região com o maior número de moradores em áreas de risco (2.952.628), o que representava 11,4% da população total dos 294 municípios analisados
Wagner Guerra
03/07/2018 | 18:31

Apesar de reconhecer o iminente risco de desastre natural, o auxiliar de serviços gerais Francisco Canindé Silva não pretende deixar a casa onde reside, há 27 anos, na travessa Padre João Maria, área de encosta no bairro de Mãe Luiza, zona Leste de Natal. Além dele, a capital potiguar contabiliza mais 104.432 moradores em domicílios permanentes em áreas de vulnerabilidade ambiental – o que corresponde a 13% da população urbana absoluta de Natal, segundo o último Censo demográfico do IBGE, de 2010, publicado recentemente.

O Nordeste foi a segunda região com o maior número de moradores em áreas de risco (2.952.628), o que representava 11,4% da população total dos 294 municípios analisados. Nessa região, a população exposta em áreas de risco era constituída por 9,1% de crianças menores que 5 anos e 8,4% de pessoas com mais de 60 anos, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN).

De acordo com o Ministério das Cidades, as áreas de risco são definidas como áreas suscetíveis a ocorrência de fenômenos ou processos naturais ou induzidos que causem acidente. No caso do bairro de Mãe Luiza, pelo menos 15 casas contornam um barranco de mata fechada, equivalente a um prédio de 20 andares, localizado por trás do estádio Juvenal Lamartine, em Petrópolis. Lá, não existe muro de arrimo. A contenção se resume às inúmeras árvores – umbuzeiros e castanholas, na maioria – plantadas há anos pelos mesmos moradores.

Se o local não oferece estrutura física adequada, pelo menos a visão é privilegiada. Motivo que não deixa o mecânico Francisco Ailton Ferreira, 43 anos, se mudar de casa. “Nasci aqui e amo esse lugarzinho. Crio meus três filhos com muito orgulho e só sairia daqui para morar em frente à praia. Nunca passamos sufoco, medo de deslizamento ou de enxurrada. A mata é muito fechada e o solo está fixo. Desabamento está descartado. Além de arejado, moro numa área central, um verdadeiro paraíso?”, afirmou.

Do outro lado de Mãe Luiza, moradores não tiveram tantos motivos para comemorar. Em junho de 2014, um deslizamento de terra provocado por intensas chuvas na rua Guanabara provocou abertura de uma cratera de aproximadamente 70 metros de extensão e sete metros de profundidade, causando danos morais e ambientais de grave proporção, além de prejuízos para as condições estéticas e sanitárias na região. Nessa área do bairro, a supressão da vegetação e inadequação da drenagem também contribuíram para o desastre, que deixou várias pessoas desabrigadas.

Outra área de significativa densidade demográfica em local de risco de desastre natural é a Comunidade do Jacó, localizada por traz do Centro de Turismo, na zona Leste de Natal. Após uma enxurrada, em abril de 2016, causou a interdição de pelo menos nove casas, após o desabamento de um muro de contenção. Até hoje, moradores que ainda residem por lá temem futuros deslizamentos de terra e queda de árvores a cada período chuvoso na capital.

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