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Receita para o caos

Serviço de ônibus em Natal: Empresários espertos, políticos descansados e usuários pacientes

Político norte-americano passa temporada anônima em Natal e avalia: “Isso no meu país seria causa de revolta popular”
Jaquisson Peroba
01/04/2023 | 17:09

Um político norte-americano esteve por esses dias visitando Natal, anonimamente, e ficou horrorizado com a massa desassistida de trabalhadores, estudantes e “gente comum” nos acanhados abrigos de ônibus por horas a fio nas principais avenidas da capital do Rio Grande do Norte. Ao final da longa e desconfortável espera, restava a esses sofredores tomar um serviço de transporte lotado. “São pessoas muito pacientes essas que usam o serviço na sua cidade”, comentou ele a um amigo potiguar.

Natal, na visão impactada deste visitante, constituía-se de uma pequena cercania, segundo viu de um mapa online – certamente verificando os limites municipais, estrangulados ao norte por Extremoz, ao Sul por Parnamirim, e ao Oeste por São Gonçalo e Macaíba. Afinal, disse ele: por que uma cidade tão pequena tinha um serviço de transporte tão precário? Ao tomar nota que as empresas haviam reduzido a frota durante a pandemia, e que desde então nunca mais voltaram, considerou quão pacífico e ordeiro é o povo potiguar – e quão folgados são seus políticos!

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– Isso no meu país seria causa de revolta popular, afirmou.