Com concentração no início da manhã de ontem no maior hospital público do estado, o Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG), o Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed), Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (SindSaúde) e o Sindicato dos Odontologistas do RN (Soern) saíram em carreata rumo ao 3º Distrito de Polícia no bairro do Alecrim para denunciar às autoridades policiais o desabastecimento dos hospitais administrados pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). Na ocasião, os três sindicatos anexaram ao boletim de ocorrência (BO), relatórios que atestam suas denúncias em quatro dos maiores hospitais estaduais, o HWG, o Santa Catarina, o Giselda Trigueiro e o Deoclécio Marques, de Parnamirim.
O presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira, trazia também em seu aparelho celular fotografias de pacientes que se encontravam na manhã de ontem na porta do centro cirúrgico do HWG despidos e sem lençóis e outros no chão, devido à falta de macas. Outro problema é o que vem sendo feito com os pacientes graves que não podem permanecer no setor de reanimação do hospital, que segue interditado.
Segundo Marcelo de Melo, diretor do SindSaúde, os pacientes que chegam ao Walfredo Gurgel com quadros de UTI e que necessitam de reanimação e aparelhos para respirar, são apenas transferidos para o Setor de Observação 2 do hospital, que possui mais de 80 macas em seus corredores e agora recebe essa nova demanda de paciente com risco de vida. Marcelo denuncia que nos últimos três dias quatro pacientes de UTI se somaram aos que estão no setor de observação e, devido à assistência precária que receberam, dois deles morreram na última quinta-feira.