O senador e líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL), reforçou sua postura como pré-candidato ao governo do Rio Grande do Norte e fez críticas indiretas ao prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), durante entrevista à TCM Mossoró. O parlamentar afirmou que não se encaixa no perfil de políticos que priorizam engajamento digital, destacando que sua atuação está focada na gestão e na tomada de decisões.
“Existem pessoas que são bons candidatos e péssimos administradores, e existem pessoas que são péssimos candidatos e bons administradores”, disse o senador. Ele pontuou que, ao contrário de alguns concorrentes, não aposta em estratégias digitais para construir sua imagem política.
![“Não sou político de TikTok”, diz Rogério Marinho, em indireta a Allyson Bezerra Rogério Marinho senador RN (77)](https://agorarn.com.br/files/uploads/2025/02/Rogerio-Marinho-senador-RN-77-830x468.jpg)
“Talvez se você olhar o estereótipo, o rótulo de um político tradicional, alguém que está sempre sorrindo, batendo nas costas das pessoas, que precisa estar pulando dentro de um TikTok ou do Instagram para gerar engajamento, talvez eu não seja esse modelo”, afirmou.
A declaração ocorre no momento em que Allyson Bezerra, reeleito com mais de 70% dos votos em Mossoró, surge como um possível adversário de Rogério na disputa pelo Governo do Estado. O prefeito tem forte presença nas redes sociais e mantém um estilo político voltado à comunicação digital, o que contrasta com a abordagem técnica defendida pelo senador.
Rogério evitou citar o nome de Allyson diretamente, mas deixou clara sua posição sobre a importância da gestão administrativa em detrimento da popularidade online. “Eu acho que eu tenho a seriedade e a convicção de que na vida pública a gente tem que fazer escolhas, e quando você faz escolhas, você agrada a maioria e desagrada algumas que estão dentro do que nós chamamos de zona de conforto”, declarou.
Rogério fará percurso pelo RN e articulação política
Rogério confirmou que pretende percorrer o Rio Grande do Norte a partir de março, visitando todas as regiões do estado e realizando entre 30 e 40 oficinas para debater um projeto de desenvolvimento para o RN. Ele pretende estruturar um programa político com apoio de lideranças locais, sociedade civil e correligionários, diferenciando sua pré-candidatura das opções disponíveis no cenário político.
“Nós temos críticas muito fortes ao atual governo, mas a crítica por si só não é suficiente. É importante que a gente apresente alternativas à catástrofe econômica, social e moral que o Rio Grande do Norte está submetido”, afirmou. O senador reforçou que a construção de seu projeto se dará ao longo dos meses de março a agosto, com consultas diretas à população.
Aliança com a direita e afastamento de Allyson
Apesar de não descartar alianças políticas, Rogério fez questão de delimitar seu campo de atuação, indicando que busca consolidar sua candidatura dentro do espectro da direita e centro-direita. Ele mencionou que mantém diálogo com nomes como Paulinho Freire (Prefeito de Natal), Álvaro Dias (ex-prefeito de Natal) e Robinson Faria (ex-governador do RN), mas não citou qualquer articulação com Allyson Bezerra.
“Todos aqueles que pensam como nós pensamos e que acreditam que é necessário uma nova forma de governar o Estado serão bem-vindos”, afirmou. A fala reforça a estratégia de Marinho em se posicionar como principal candidato do campo da direita e sinaliza que não pretende dividir palanque com Allyson, que hoje está politicamente distante do bolsonarismo e da base do PL.
Com essa movimentação, Marinho tenta consolidar-se como a única candidatura viável da direita no Rio Grande do Norte e ao mesmo tempo minar uma eventual entrada de Allyson na disputa estadual. O prefeito de Mossoró, por sua vez, não pode disputar o Senado, pois não terá idade suficiente em 2026, o que faz com que sua única opção em uma eleição majoritária seja a disputa pelo Governo do Estado.