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Luiz Almir cita Júlia e Júlio como substitutos de Edivan na disputa pela presidência da Câmara

05/12/2012 | 11:24

O vereador eleito Luiz Almir (PV) afirmou na manhã desta quarta-feira, em entrevista ao Jornal da Cidade (94 FM), que o “Grupo dos 17”, formado para eleger o futuro presidente e a mesa diretora da Câmara Municipal de Natal, poderá apoiar nomes como o da vereadora reeleita Júlia Arruda (PSB) e do vereador reeleito Júlio Protásio (PSB) para a presidência da Casa, caso o atual presidente, Edivan Martins (PV), perca a condição de vereador eleito, o que dependerá de decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na próxima terça-feira. A eleição para presidente da Câmara ocorre na primeira sessão da próxima legislatura. Confira a entrevista de Almir.

Como estão as articulações para a presidência da Câmara Municipal?
Eu estava distante das conversações, porque quando se começa a conversar, o começo das conversas, elas não têm muita profundidade; as conversas ainda são muito soltas. Então, o que é que acontecia? As pessoas diziam: fulano vai ser candidato e já tem 12 nomes que apoiam; aí o outro dizia: eu vou me reunir de tarde e já tenho 14; o outro, às 7h da noite, tem uma reunião na casa de não sei quem e já tem 15. Então, já tinha mais de 50 vereadores. Eu dizia: vocês já estão buscando os votos dos vereadores da Paraíba? Tem alguma coisa errada. Então, quando fui convidado para conversar eu disse: olhem, nós somos pessoas adultas, responsáveis pela cidade do Natal, pela Câmara Municipal, que é um poder independente e a função da câmara é fiscalizar, apresentar projetos e cobrar execuções de trabalho pelo Executivo. Agora, os mesmos que se reuniam de manhã dizendo que eram 12, os 12 da tarde tinham 6 dos de de manhã. Aí eu disse: vamos fazer uma reunião e juntar um grupo que queira, de responsabilidade, para a gente assinar que nós, maioria, vamos eleger a mesa, presidência, a mesa diretora, as comissões e depois de resolvidas essas coisas, aí quem quiser ser de bancada de prefeito vai, de bancada de oposição vai, mas esse grupo está unido nos quatro anos da Câmara Municipal. E aí fizemos uma reunião ali na Cobra Choca, e lá nós tivemos a presença de Rafael Motta, Chagas Catarino, Albert Dickson, Dickson Junior, Ubaldo, Bertone, Felipe Alves, Júlia Arruda, Bispo Francisco de Assis, Júlio Protásio, eu, Edivan Martins, Adão Eridan, Dagô do forró, Jacó Jácome, Eudiane Macedo e Haroldo Alves. Então, nós juntamos 17 e nessa conversa ficou acertado que nós, que somos maioria, pois são 29 vereadores, temos 17 e ganhamos uma eleição democrática. Então que, entre esses 17, sairá a mesa diretora e a presidência da Câmara. E um dos nomes para reeleição seria o de Edivan Martins, porque os que lá estão elogiam muito o trabalho de Edivan, que é um advogado, jornalista, administrador, uma figura. Então apontou-se para Edivan na presidência e a cada semana nós vamos ter reunião para, depois de escolhido o presidente, escolher o restante da mesa.

Agora RN

Mas como é que fica agora, depois dessa decisão do TRE? O grupo já trabalha com alternativas?
Não. O que nós fizemos, e que me surpreendeu, mas muito satisfatoriamente, eu fiquei orgulhoso desse grupo de 17 é que ontem fizemos uma corrente de mãos dadas. O bispo Francisco de Assis usou a sua palavra como pastor, para que o Deus de todas as religiões, porque o Deus é um só, ajudasse esse grupo a se manter unido durante os 4 anos na Câmara. Foi uma coisa linda isso, lá na casa de Jácome, ontem à noite e todos os 17 estiveram presentes. Então, nós tínhamos combinado toda terça-feira uma reunião, mas quando houve esse problema com Edivan nós marcamos uma reunião emergencial e ficou acertado que não mudou nada. Continuamos os 17 com Edivan. Terça-feira haverá um julgamento que decidirá quem será diplomado, que será o mérito. Poderá haver recurso pra Brasília e aí a coisa demora mais. Então, no dia 14 haverá diplomação e estamos esperançosos com relação a Edivan. Mantido Edivan, está mantido tudo o que foi acertado. Se houver alguma zebra, o mesmo grupo elegerá o presidente e a mesa, só que de 17 vai pra 16. Inclusive, se der uma zebra de Edivan não ficar, ele continua na coordenação dentro do nosso grupo. Eu disse que, se porventura acontecer de Edivan não ficar, vamos prestigiá-lo, porque é um vereador de vários mandatos, presidente da casa e querido por todos.

Adão Eridan chegou a dizer que seria o substituto natural de Edivan. O senhor confirma isso?
Eu acho que, dos 17, todos têm capacidade. Adão é um dos mais antigos do grupo, mas todos têm suas qualidades. Esse colegiado é que está fazendo o fortalecimento e esta união, esse desprendimento… ontem nós conversamos isso. Tudo está mantido. Se os 17 ou 16 escolhem, qualquer um dos 16 poderá ser. Ninguém quer colocar a faca no pescoço de ninguém dizendo eu quero ser, eu não quero ser.

Não sendo Edivan ou Eridan, e o senhor?
Eu não quero ser. Não lancei meu nome. Eu abro mão de ser primeiro secretário, eu abro mão de qualquer coisa para manter esse grupo unido. Não tem ninguém brigando. Com 17 ou com 16, nós faremos a mesa da Câmara Municipal de Natal. E se algum outro quiser vim, será bem recebido, mas chegará para votar e não para disputar.

Como fica a candidatura do vereador Lucena, que foi o primeiro a lançar? O que o senhor diria?
Quem pode falar por Lucena é Lucena. Eu tenho o maior apreço por ele, sou amigo de Lucena, tenho um bom relacionamento com ele, mas eu não conversei com ele, nem ele comigo. Quando eu fui convidado a falar com ele eu já tinha assumido esse compromisso com esse grupo e o homem não pode ter essa história de “eu gosto de Juazeiro e adoro Petrolina”, isso é só na música, o homem tem que ter palavra. Por isso que a política está desgastada, porque os políticos, uma boa parte, não tem palavra. Então, todos têm direito de ser candidato, mas os 17, por ser maioria, com certeza farão a mesa.

Há a possibilidade de outro cenário? O surgimento de outras candidaturas, por ora inimagináveis?
Poder pode, mas pra ganhar precisa que algum desses 17 seja mentiroso ou não tenha palavra, porque os 17 assinaram. Pra não ficar nesse negócio de que já tinham mais de 50, quando só são 29, então, a matemática não erra. Se são 29 e nós temos 17, então somos maioria. Quem quiser ser candidato pode ter 6, 8, 10. Então, no máximo, que alguém pode ter é 12, fora dos 17, porque suplente não vota. Então os 17 nós temos. Foi feita assinatura, foi feita prece, oração pra fortalecer, foi dito por todos os 17 que, se vierem oferecer uma secretaria pra cada um ninguém quer.
Será? Foi dito isso e eu acredito. Eu fiquei muito feliz e senti muita verdade nessas pessoas. Pessoas sérias, desprendidas e com muito objetivo de a gente comandar a Câmara por 4 anos e dar a independência e a seriedade que a câmara está precisando.

Tradicionalmente os prefeitos se metem nas eleições para a presidência da Câmara. O senhor acha que o prefeito Carlos Eduardo será diferente?
Eu acho que Carlos Eduardo tem que cuidar da prefeitura, inclusive já é muito pra ele, porque Natal está aí numa situação muito difícil. E eu tenho a maior boa vontade de ajuda-lo. Ele tem que se preocupar com o secretariado dele e nós com a Câmara Municipal, para que a Câmara seja vigilante e cobradora dos compromissos de Natal.

O senador Paulo Davim assumiu o PV, o senhor acha que ele vai fazer um bom trabalho? E Micarla, o que está acontecendo com ela, na avaliação do senhor?
Já faz bastante tempo que eu não vejo a prefeita afastada Micarla. O PV pecou muito no RN, porque o PV não se reunia, não discutia a cidade o estado. O PV é um dos maiores partidos do mundo e fez a pior participação em Natal, porque não tinha entrosamento. Eu acho que não foi só a prefeita Micarla, foi o PV que não funcionou. A única reunião que me chamaram quando eu cheguei, tinham cortado a energia da sede do partido, porque não pagaram a luz. Então, é um partido que não tinha entrosamento e pagou muito caro por isso. Então, o presidente Pena veio aqui e ele quer que o PV volte a ser um partido que se preocupe com o meio ambiente, com desenvolvimento sustentável, com a filosofia do partido. E aí ele extinguiu as comissões provisórias, porque o partido não tinha nem diretório, e nomeou o senador Paulo Davim como presidente estadual. Paulo Davim disse que está convidando médicos para fazerem parte do PV, professores universitários, o nosso querido Paulo de Paula também foi convidado e ele (Paulo Davim) me pediu que eu ficasse na responsabilidade de trazer a cultura para o PV. Os artistas, os cantores, a cultura do RN, para que esse PV volte a ser internacionalmente respeitado. Se esse PV vier a acontecer, eu estou aqui para ajudar; se não vier eu serei só um filiado, porque não sou candidato a nada. 2014 vem aí, eu vou tirar meus 4 anos na Câmara Municipal defendendo os interesses de Natal e do povo mais humilde. Não quero cargo, secretaria e não sou candidato a nada.

Qual a sua meta para o mandato?
O objetivo é esse: eu já sou linguarudo, falo demais e vou cobrar. Tudo o que foi dito na campanha… o prefeito ganhou e o que ele precisar para Natal, ele conte comigo. Agora, nós não podemos ficar com a Natal debaixo de lixo, uma cidade esburacada, as escolas paradas, as maternidades fechadas. Então, no rádio, na televisão e na Câmara eu vou fazer a verdadeira voz do povo, doa a quem doer. Por isso que não quero cargos da Prefeitura, eu quero ter autonomia. O que ele fizer de bom, pode me chamar que eu vou com ele pras ruas. Eu quero fazer, uma vez por mês, a Câmara nos bairros. Nós vamos nos bairros ouvir a população, valorizar os artistas do bairro, com a TV Câmara fazendo show, escolhendo o melhor cantor do bairro e isso aí eu tenho experiência, porque além de comunicador de 30 anos eu sou cantor.

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