Detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, estão cultivando mudas de árvores e, ao mesmo tempo, reduzindo suas penas por meio de um projeto de educação ambiental. A iniciativa faz parte do programa de extensão “Replantar: cultivando esperança, colhendo recomeço”, idealizado pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Campus Natal Central, em parceria com a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SEAP) e com apoio da Rede Estadual de Gestão de Pessoas (REGESP) da Secretaria de Administração do Estado.
O projeto foi inaugurado na quarta-feira 16 na unidade prisional e já está em pleno funcionamento com a produção de mudas nativas, frutíferas, ornamentais e naturalizadas. Os internos que participam foram previamente aprovados pela Comissão Técnica de Classificação (CTC) e possuem excelente conduta carcerária, o que os torna aptos a integrar programas de educação e trabalho.
Para cada três dias de atividade no projeto, o interno tem direito a um dia de remição de pena, além de adquirir conhecimento técnico em cultivo e jardinagem.
O viveiro foi instalado dentro das instalações da penitenciária e será usado para abastecer com mudas áreas públicas do estado e de prefeituras interessadas. Segundo o diretor da unidade, policial penal João Paulo, além da produção, o projeto tem como missão contribuir com o processo de reintegração dos apenados. “Eles aprendem uma profissão e passam a ver novas possibilidades para quando saírem daqui. Muitos já expressam a vontade de trabalhar com isso depois”, afirmou.
A proposta também visa colaborar com ações de arborização urbana e recuperação ambiental em municípios potiguares. A produção poderá ser ampliada conforme a demanda de mudas por parte de órgãos públicos, escolas e comunidades. A iniciativa alia a recuperação de pessoas privadas de liberdade a uma política de preservação ambiental, articulando ações que vão além do sistema prisional.l
