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Economia

INSS: entidades usaram áudios e dados falsos para atestar suposta contratação

Parte dos documentos enviados apresenta indícios de falsificação, com áudios editados e dados incorretos, segundo denúncias dos beneficiários.
Redação
19/06/2025 | 11:23

Aposentados e pensionistas que relataram ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não terem autorizado descontos associativos começaram a receber respostas de associações. No entanto, parte dos documentos enviados apresenta indícios de falsificação, com áudios editados e dados incorretos, segundo denúncias dos beneficiários.

Um dos casos envolve a aposentada Maria Lúcia Braga, moradora do Distrito Federal. A União Nacional dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (UNSBRAS/UNABRASIL) apresentou um áudio em que ela supostamente autoriza os descontos. A gravação, de baixa qualidade, mostra a idosa dizendo “sim”, mas, segundo a própria aposentada e seu filho, a voz não é dela. “A gravação é fabricada e ela sequer sabia do que se tratava”, afirmou o filho à CNN.

INSS: entidades usaram áudios e dados falsos para atestar suposta contratação - Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
INSS: entidades usaram áudios e dados falsos para atestar suposta contratação - Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Outra situação foi registrada com a aposentada Varlinete Soares da Silva. A Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos (AMBEC) enviou um termo de filiação com o nome de outra pessoa, Joseliete Nogueira Nery, mas com o CPF de Varlinete. O endereço informado no documento também é incorreto. Ela mora em Brasília, mas o documento indicava Salvador. Segundo Varlinete, o áudio apresentado como prova também traz voz de outra pessoa. Os descontos começaram a ser feitos em outubro de 2023 e somaram R$ 810 ao longo de 18 meses.

Em outro caso, um aposentado que teve descontos da Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionistas (Aasap) recebeu como resposta que teria sido excluído do cadastro e que os valores foram devolvidos em 2023. Ele nega ter recebido qualquer devolução. A Aasap não apresentou provas de que o idoso havia autorizado a cobrança.

Segundo a CNN, parte das associações utilizou recursos de call centers e robôs de voz, com ferramentas como Unidade de Resposta Audível Digital (URA) e robocalls, para aplicar os chamados “descontos associativos”.

A partir das novas regras, aposentados e pensionistas têm até 30 dias para responder se concordam ou não com as justificativas apresentadas pelas entidades. A manifestação pode ser feita pelo aplicativo Meu INSS ou presencialmente nos Correios.

A CNN informou que buscou o INSS por dois dias para saber se há investigação em andamento sobre os dados e áudios apresentados como prova pelas associações. Até o momento, não houve resposta. As entidades mencionadas também não se manifestaram.

*Com informações da CNN Brasil

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