“(Foi) uma conduta totalmente incompatível com a dignidade da função parlamentar. A conduta criminal do deputado também deve ser investigada e devidamente punida, levando em consideração não apenas o dano causado ao cidadão, mas também a apologia à violência, à agressão física e, de forma direta, à conduta criminosa e violenta em época de polarização nacional”, afirmou o deputado federal General Girão (PL), ao confirmar nesta segunda-feira 18, que apresentará uma notícia-crime ao Ministério Público contra o deputado Fernando Mineiro (PT) por agressão a um influenciador do Movimento Brasil Livre (MBL) durante confusão no Aeroporto Internacional Aluízio Alves, na sexta-feira 15.
“O que houve foi um crime e o Ministério Público precisa apurar e denunciar o ocorrido”, afirmou Girão, que classificou a conduta de Mineiro como uma transgressão que precisa ser apurada e denunciada pelo Ministério Público. Para ele, embora a agressão em si não tenha uma tipificação específica, a conduta de Mineiro “pode ser enquadrada como infração penal ou lesão corporal leve”, completou.
Além da notícia-crime ao MP, Girão também informou que representará o caso na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Federal, considerando a conduta de Mineiro como incompatível com a dignidade da função parlamentar. Com isso, será, até o momento, a segunda denúncia contra Mineiro no comitê, já que o deputado federal e pré-candidato a prefeito de São Paulo, Kim Kataguiri (União Brasil), também afirmou que entrará com representação contra o petista, ainda esta semana.
“Entrar em luta corporal contra cidadãos que estavam fazendo questionamentos não é condizente com a ética parlamentar, uma clara quebra de decoro”, afirmou Kim, que completou dizendo que, “o deputado cruzou a linha do diálogo agredindo a equipe do Faustino, com vídeos e testemunhas que comprovam o fato. Faustino estava fazendo questionamentos à deputada Gleisi Hoffmann. É inadmissível que em uma democracia, um parlamentar cometa agressões contra um cidadão que ousou questionar uma figura política”, falou.
Em vídeo que circula nas redes sociais desde sexta passada, Mineiro aparece atingindo o celular de Faustino após este tecer provocações à presidente nacional do PT, durante seu desembarque no RN. Além de Girão, seu colega de partido, o deputado federal Sargento Gonçalves também criticou a atitude de Mineiro.
Gonçalves afirmou que os deputados petistas aprontaram um “papelão” durante a discussão. “Mineiro e Gleisi literalmente perderam as estribeiras, agrediram e foram para cima de um cidadão simplesmente por serem questionados. Aqueles que dizem ser tolerantes, que pregam o discurso do amor, que dizem ser a favor da democracia e da liberdade”, lamentou.
Gleisi denunciou caso à Polícia Federal
Gleisi Hoffmann disse que acionou a Polícia Federal para apurar ocorrência, ocorrida no Aeroporto Internacional Aluízio Alves e que Faustino já é denunciado pelo Ministério Público por vários crimes cometidos nas redes sociais e por agredir outras pessoas, além de responder a inquéritos policiais. Ela disse que sua reação e a de Mineiro foi em resposta aos ataques misóginos sofridos por ela em sua chegada ao RN.
“Já acionamos a Polícia Federal e estamos tomando as medidas judiciais. Logo esse elemento terá de responder financeiramente a mim e criminalmente a sociedade, ocupando espaço na cadeia como seus iguais por seus atos violentos”, afirmou Gleisi. Por sua vez, o integrante do MBL prestou uma queixa crime na delegacia da Zona Sul de Natal, contra as agressões que sofreu do parlamentar. O caso ficará a cargo da Delegacia de Polícia em São Gonçalo do Amarante.
Por sua vez, Mineiro afirmou que esta não teria sido a primeira vez que um integrante do grupo de direita “invade espaços políticos e agride petistas, principalmente mulheres”. “Hoje a deputada federal e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, foi vítima de ataques misóginos por bolsonaristas no aeroporto de Natal. Eu estava lá para recebê-la e as provocações terminaram em agressões físicas. Não foi a primeira vez que esse grupo agiu dessa forma”.
