Um laudo da Polícia Civil do Piauí indica que o vazamento de gás que causou explosões que atingiram dois restaurantes de Teresina pode ter sido causado por um gato. Além dessa, ainda há outras duas hipóteses que também estão sendo analisadas pelos investigadores.
As explosões aconteceram em 21 de dezembro de 2022, por volta das 6h30, e deixaram uma pessoa ferida. Foram atingidos o restaurante Vasto e parte de uma unidade do Coco Bambu.
Os dois estabelecimentos pertencem à mesma rede e compartilhavam a cozinha. Os espaços não estavam abertos ao público no momento da explosão.
“Estava presente no local um animal doméstico de estimação, um gato, que transitava pela cozinha em vários pontos e em horário compatível com o momento em que o vigilante sente o vazamento de gás. O felino possuía porte e tamanho compatível para um possível acionamento acidental de equipamento ou, em outro caso, até mesmo retirada de mangueira de acoplamento”, diz trecho do laudo.
Também são apontadas outras duas possibilidades de causa: uma possível falha no regulador de pressão ou problemas de fabricação, instalação ou manutenção dos equipamentos.
“[O regulador] estava instalado na central de gás e seria necessário, para ser removido, a utilização de ferramentas específicas e técnico especializado, para evitar novo vazamento e/ou defeito no equipamento, ficando acordado de [que], após sua retirada, fosse encaminhado para o Instituto de Criminalística, fato que foi enviado por duas vezes, mas constatado que não seria o regulador original que estava na casa de gás no dia do fato”, diz o documento.
Os investigadores também apontam ainda suposta demora do vigilante que estava nos restaurantes em agir. De acordo com o laudo, o profissional sentiu cheiro de gás, mas não teria tomado providências concretas de forma imediata. Em vez disso, ele teria saído do restaurante
O vigilante teria sentido o cheiro de gás às 3h, mas apenas às 6h25, quando um auxiliar de manutenção que tinha dormido dentro do restaurante chega, um exaustor presente na cozinha é acionado para tentar dissipar o gás vazado. Entretanto, o interruptor do exaustor provoca uma faísca, que foi o estopim para a explosão.
O auxiliar de manutenção sofreu queimaduras e ficou desacordado. Minutos depois, acordou e buscou socorro no estacionamento, onde foi atendido por uma ambulância. Ele chegou a ficar internado em razão das queimaduras.
A equipe pericial diz, no laudo, que “não possui elementos suficientes para afirmar se o acionamento do exaustor ocorreu por intenção própria do auxiliar de manutenção ou se ele fora induzido por outra pessoa”.
JOSÉ MATHEUS SANTOS – RECIFE, PE (FOLHAPRESS)