Divulgada na semana passada pelo AGORA RN, a pesquisa realizada pelo Instituto EXATUS sobre o sistema de transporte público em Natal englobou 603 usuários, distribuídos por toda a cidade. As entrevistas foram realizadas entre 20 e 22 de junho em locais que incluem terminais de ônibus e áreas comerciais movimentadas, garantindo representatividade geográfica. Entre os locais escolhidos, estavam o Terminal de Ônibus do Soledade, Shopping Estação/Partage Norte, Avenida Tomaz Landim, Avenida Moema Tinoco, Terminal de Ônibus do Conjunto Santarém, Terminal de Ônibus de Ponta Negra, Midway Mall, Shopping Via Direta, Shopping Cidade Jardim, Praça Cívica, Avenida Rio Branco (Cidade Alta), Terminal Rodoviário da Ribeira, Alecrim (Praça do Relógio), Rodoviária de Natal, Rede Mais Planalto, e o Terminal de Felipe Camarão. A distribuição percentual dos entrevistados em cada local variou, com representações que variam de 4,64% a 6,97%.
Maioria dos entrevistados usa o transporte diariamente
A pesquisa EXATUS/AGORA RN revelou que a maioria esmagadora dos usuários de transporte público em Natal, especificamente 74,96%, utiliza este serviço diariamente, demonstrando a importância crítica do sistema para a rotina diária dos cidadãos. Além disso, 14,43% dos entrevistados usam o transporte público semanalmente, enquanto uma pequena fração, 2,32%, recorre a ele mensalmente. Aqueles que utilizam os serviços raramente compõem 8,29% do total. Esses dados, coletados de um universo de 603 participantes, sublinham a dependência significativa do transporte público por uma grande parte da população de Natal, destacando sua relevância como uma questão central para a administração municipal e para as políticas de mobilidade urbana.
Maioria dos entrevistados utiliza ônibus como principal meio de locomoção na capital
A diversidade nos modos de transporte público utilizados pelos cidadãos de Natal é evidente, com uma predominância marcante do uso de ônibus, escolhido por 98,84% dos entrevistados, refletindo a dependência principal deste meio como a espinha dorsal do transporte na cidade. Além dos ônibus, 25,70% dos participantes também fazem uso de micro-ônibus e 13,43% utilizam vans, indicando uma procura por alternativas complementares que podem oferecer maior flexibilidade ou cobertura em áreas menos acessíveis por grandes ônibus. A utilização de trens, embora significativamente menor, foi reportada por 2,32% dos entrevistados, e outros modos de transporte foram mencionados por 1% dos participantes.
Distribuição desigual dos serviços de transporte limita acessibilidade
A maioria dos entrevistados, 54,89%, sente que a cobertura é adequada em algumas áreas, mas insuficiente em outras, apontando para uma distribuição desigual dos serviços de transporte que pode limitar a acessibilidade em certas partes da cidade. Apenas 11,94% dos usuários consideram que há boa cobertura em todas as áreas, o que reflete uma satisfação limitada com a extensão do serviço oferecido. Por outro lado, um significativo 33,17% dos entrevistados classifica a cobertura como muito limitada, destacando áreas substanciais da cidade que estão mal servidas ou até mesmo negligenciadas.
Falta de pontualidade dos ônibus também foi apontada na pesquisa
Apenas uma minoria de 4,98% dos entrevistados considera que os serviços são sempre pontuais, e 12,44% acreditam que são frequentemente pontuais. A maior parte dos usuários, 33,83%, relata uma experiência mista de pontualidade e atrasos, enquanto uma proporção significativa enfrenta atrasos mais consistentes, com 22,72% afirmando que o transporte é frequentemente atrasado e 26,04% indicando que é sempre atrasado.
Para a maioria dos entrevistados, ônibus em Natal são “nem limpos nem sujos”
A maioria dos usuários, correspondendo a 41,13%, percebe os veículos como “nem limpos nem sujos”, indicando uma manutenção de limpeza que não chega a ser completamente insatisfatória, mas também não é exemplar. Por outro lado, 27,69% dos entrevistados consideram os veículos limpos, o que sugere que uma parcela significativa dos usuários está relativamente satisfeita com o nível de limpeza. Contudo, a preocupação surge com os 17,41% que classificam os veículos como sujos e os 12,94% que os veem como muito sujos.
Passageiros reclamam de falta de informações sobre linhas e horários
Apenas 18,57% dos usuários entrevistados afirmam que as informações são sempre disponíveis e precisas, o que sugere uma minoria satisfeita com a clareza e acessibilidade das informações. A maior parte dos entrevistados, 57,38%, relata que algumas informações estão disponíveis, mas que estas são confusas, indicando uma falha na comunicação eficaz que pode afetar a capacidade dos usuários de planejar suas viagens de maneira eficiente. Além disso, 24,05% dos usuários consideram que as informações sobre linhas e horários são completamente indisponíveis, o que revela uma lacuna significativa no serviço oferecido.
Maioria dos natalenses se sente insegura ao andar de ônibus na cidade
Os dados mostram que uma minoria de apenas 8,29% dos usuários sente-se sempre segura ao utilizar os serviços de transporte, enquanto 13,93% consideram-se geralmente seguros. Já uma parcela considerável, 21,89%, possui algumas preocupações de segurança, indicativo de que, embora possam usar o transporte, há reservas quanto à sua segurança. Mais alarmante ainda é que 25,21% dos entrevistados raramente se sentem seguros, e 30,68%, a maior fração, nunca se sentem seguros. Esses números, que somam mais da metade dos entrevistados expressando preocupações frequentes ou constantes com a segurança, refletem um cenário em que a insegurança é uma realidade palpável para a maioria dos usuários do transporte público na cidade. Este panorama destaca uma questão crítica que necessita de atenção urgente das autoridades locais para melhorar a segurança nos transportes, visando não apenas melhorar a percepção de segurança, mas garantir a integridade física e o bem-estar dos passageiros.
Para 65% dos usuários, ônibus estão sempre lotados
Apenas uma pequena fração dos entrevistados, 2,65%, reporta que os veículos estão sempre vazios, indicando uma ocorrência rara de viagens sem superlotação. Um adicional de 7,96% dos usuários experimenta condições ocasionalmente espaçosas, proporcionando algum alívio em termos de conforto durante as viagens. No entanto, a maior parte dos passageiros enfrenta níveis variados de superlotação: 23,22% dos entrevistados encontram os veículos moderadamente cheios, 32,34% frequentemente cheios, e alarmantes 33,83% sempre lotados. Essa realidade, que soma mais de 65% dos usuários enfrentando frequentemente ou constantemente superlotação, destaca um problema crítico de capacidade e gestão no sistema de transporte público de Natal. A superlotação não apenas compromete o conforto e a conveniência, mas também pode afetar a segurança e a eficiência do serviço, pressionando a necessidade de medidas urgentes para melhorar a frequência, a eficiência e a distribuição dos serviços de transporte na cidade.
Insatisfação é geral, com mais de 60% dos passageiros reclamando
Somando os percentuais de “Insatisfeito” e “Muito insatisfeito”, observa-se que 60,86% dos entrevistados expressam um descontentamento com o serviço. Especificamente, 41,79% se classificam como insatisfeitos e 19,07% como muito insatisfeitos. Por outro lado, apenas uma pequena fração, 0,33%, declara-se muito satisfeita, e 14,59% se dizem satisfeitos. Além disso, 24,21% dos usuários permanecem indiferentes. Esses dados indicam uma clara demanda por melhorias significativas no sistema de transporte público da cidade, onde mais da metade dos usuários não estão contentes com os serviços oferecidos, abrangendo aspectos como pontualidade, condições dos veículos, segurança, e lotação. A alta taxa de insatisfação destaca a necessidade urgente de revisões e investimentos para elevar a qualidade e eficiência do transporte público em Natal, visando não apenas melhorar a satisfação do usuário, mas também a funcionalidade geral do sistema.
As mulheres representam 54,23% dos participantes, enquanto os homens compõem 45,77% do total
IDADE
Os jovens de 18 a 24 anos representam 17,08% dos entrevistados, enquanto a faixa etária de 25 a 34 anos é a mais representada, com 19,57% dos usuários. As faixas de 35 a 44 anos e 45 a 54 anos têm uma participação idêntica de 17,25% cada, seguidas pelos usuários de 55 a 64 anos, que compõem 14,93% do total. Os usuários com 65 anos ou mais representam 10,28%, e apenas 3,65% dos entrevistados têm menos de 18 anos.
ESCOLARIDADE
A maior parte dos entrevistados, correspondendo a 51,24%, possui educação até o nível do ensino médio, seja incompleto ou completo. Isso é seguido por 25,70% dos usuários que têm nível superior, seja incompleto ou completo, demonstrando um uso significativo do transporte público por indivíduos com um grau mais elevado de formação educacional. Além disso, 21,39% dos respondentes possuem ensino fundamental, seja incompleto ou completo, e apenas 1,66% não têm escolaridade formal, mas sabem ler e escrever.
RENDA
A maioria dos entrevistados, correspondendo a 54,56%, possui uma renda familiar que varia de mais de 1 até 3 salários mínimos (SM). Isso é seguido por um significativo 34,66% que ganham até 1 SM, ilustrando que uma grande parte dos usuários do transporte público em Natal pertence a faixas de baixa renda. Por outro lado, apenas 9,45% dos usuários têm uma renda familiar que varia de mais de 3 a 5 SM, e um pequeno grupo de 1,33% possui rendimentos superiores a 5 SM. Esta configuração, com base em 603 respostas, indica que o transporte público é uma necessidade vital para os cidadãos de menor renda na cidade, que dependem desse serviço para suas atividades diárias, como trabalho e educação. A predominância de usuários de baixa renda no sistema de transporte público realça a importância de manter e melhorar a acessibilidade, a eficiência e a qualidade dos serviços oferecidos, considerando que estes são essenciais para a mobilidade e qualidade de vida de uma significativa parcela da população de Natal.
OCUPAÇÃO ATUAL
A maioria dos entrevistados, 43,95%, está empregada, o que indica que o transporte público é um componente essencial para a rotina diária de trabalhadores que dependem desse serviço para chegar aos seus locais de trabalho. Além disso, 15,92% dos usuários são estudantes, destacando a importância do transporte público no acesso à educação. Outros grupos significativos incluem os autônomos ou freelancers, que compõem 13,93% dos entrevistados, e os aposentados, representando 14,93%. Estes dados indicam que o transporte público serve uma ampla gama de necessidades, não apenas para aqueles que estão no mercado de trabalho formal. A pesquisa também mostra que 4,81% dos usuários estão desempregados e em busca de emprego, destacando a função crítica do transporte público para esses indivíduos em facilitar a busca por oportunidades de trabalho. Trabalhadores domésticos representam 3,15%, e uma pequena parcela de 1,16% dos usuários está em licença ou afastamento. Empresários ou proprietários de negócio e outros tipos de ocupação cada um representam apenas 1,00% e 1,16% respectivamente.