Os preços dos combustíveis nos postos de Natal atingiram um novo patamar nesta semana, alcançando R$ 6,59 por litro em resposta ao recente reajuste implementado pela Petrobras nas refinarias. O aumento foi efetivado nesta quarta-feira 16.
Este aumento nas refinarias repercutiu diretamente nos valores cobrados pelas distribuidoras. O preço médio vendido, por litro de gasolina, subiu em R$ 0,41, atingindo um total de R$ 2,93, um aumento percentual de cerca de 16%. Quanto ao diesel, a Petrobras elevou o preço médio de venda para as distribuidoras em R$ 0,78, fixando-o em R$ 3,80 por litro. Esse reajuste, por sua vez, corresponde a um aumento de 26%.

Na capital potiguar, a elevação nos preços dos combustíveis exerce impacto direto sobre profissionais principalmente ligados ao transporte. Motoristas, taxistas e trabalhadores por aplicativos enfrentam agora uma redução nos lucros, à medida em que os custos operacionais se elevam. A equipe do AGORA RN esteve presente em alguns postos de combustíveis da cidade e colheu depoimentos sobre os efeitos dessa mudança no setor.
Confira os relatos:
Flávio Severiano, 38 anos, motorista de moto por aplicativo

“O aumento está pesando demais. Para quem é dos aplicativos, realmente está um preço absurdo. Não era para estar acontecendo isso. Devido às refinarias, o aumento está também chegando nesse preço. Pesa do bolso para quem trabalha. Era para ter um preço específico para quem roda muito. E o pior, o aplicativo não ajusta o valor. Gasto muito também com manutenção por causa dos buracos da cidade. Só o que as autoridades conseguem fazer é aumentar os impostos, e os brasileiros se ‘quebrando’.”
George Magnum, 31 anos, motoboy

“O aumento de ontem para hoje foi de 70 centavos. Eu achei um absurdo. A gente roda muito, mas nesse preço, a gente não consegue fazer quase nada de lucro. A gente roda, chega em casa com o dinheiro só da gasolina mesmo. Os aplicativos nem dão uma taxa a mais, aí ficamos no ‘zero a zero’, empatados. As coisas ficam mais complicadas ainda. Ficamos até na dúvida se é melhor sair mesmo de casa, com a gasolina desse jeito”.
José de Araújo, 55 anos, motorista

“Esse aumento está interferindo demais. Eu rodo todo dia 700 km. Imagina você chegar aqui e abastecer à R$ 6,49. E ainda tem postos mais caros por aí. Fica muito difícil e a gente não tem a quem socorrer porque o Procon não existe. O Procon é um cabide de emprego. Recebem propina de tudo que é dono de posto e não fazem nada. O rico ganha suficiente para botar gasolina no preço que quiser. Nós que somos pobres e vivemos trabalhando, está muito difícil. Acaba aumentando o preço de tudo, porque eu vou ter que repassar para o meu passageiro. Vai afetar e diminuir o meu movimento, porque o salário dele [passageiro] não aumenta”.
Mariano Alexandre, 45 anos, motorista
“Impacta diretamente não só na minha vida, mas na de todos. Vai aumentando a taxa de juros e a dívida. Isso não pode ser normal. Estão tirando o dinheiro da gente e estamos sendo prejudicados. Nós vemos nos jornais como está a situação e as pessoas não olham para o povo. Em Brasília, as pessoas só brigam por poder e esquecem da população”.