Enquanto o verão aquece as areias de Pirangi, no litoral Sul potiguar, um casal há oito anos se destaca entre os ambulantes que enchem as praias com suas barracas coloridas e produtos variados. O casal Marcone Luís e Maria José da Silva têm sido presenças constantes na paisagem litorânea, vendendo cocos refrescantes aos frequentadores da praia.
“Somos de Monte Alegre, mas trabalhamos aqui em Pirangi há 8 anos. A gente trabalha do veraneio até o Carnaval”, compartilha Maria José, enquanto arruma os cocos em seu carrinho à beira-mar. O casal, cujo ganha-pão depende diretamente do movimento sazonal, vende 40 cocos por dia, cada um a R$ 5.
Marcone, com um sorriso otimista, comenta sobre a temporada atual: “Está melhorando o movimento, estou vindo desde dezembro, e espero que até o final de janeiro fique melhor”. Ele observa a progressão do movimento com olhos atentos, e ressalta a presença de natalenses que gostam de veranear no lugar. “As casas de praia e pousadas estão cheias”, pontua.
Para além da comercialização de água de coco fresca, o casal de ambulantes também disponibiliza, de forma gratuita, o serviço de abrir a fruta, atendendo à preferência de muitas pessoas que apreciam degustar a polpa, popularmente conhecida como “lama” do coco, tornando a experiência de verão ainda mais completa.
O casal é apenas um exemplo do trabalho dos ambulantes que transformam as praias em verdadeiros centros de comércio durante o veraneio. Seja oferecendo petiscos, bebidas ou artesanatos locais, esses trabalhadores são peças-chave na experiência.
Colaboradora na Barraca do Jamil Sertanejo, Bruna Caroline disse ao AGORA RN que dedica os meses de verão para trabalhar ao lado do pai. “Ajudo o meu pai na barraca durante o verão. Desde o final do ano passado, notamos um aumento na presença de visitantes na praia; está mais movimentado do que no ano anterior. Felizmente, as vendas estão em um patamar positivo”. A Barraca do Jamil Sertanejo emprega atualmente mais de dez funcionários, entre cozinheiros e garçons.
Damiana Maria espera que o movimento se intensifique ainda mais. Ela trabalha no Boteco do Petisco, que comercializa também biquínis, maiôs e saídas de praia, assim como brinquedos para as crianças.
Vivian Bernardo, jovem de 23 anos, deu início à sua jornada de trabalho nas areias movimentadas de Pirangi no último final de semana. “Decidi trabalhar porque preciso conquistar algumas coisas”, diz ela. A escolha de vender picolés, um trabalho árduo sob o calor do verão, destaca a sua disposição para enfrentar desafios. Vivian ressalta os planos de permanecer ativa na praia até o Carnaval, indicando uma visão estratégica de aproveitar ao máximo o período de maior movimento na região.
Augusto Moreira, morador de Natal que há três anos escolhe Pirangi como local de trabalho, destaca a solidariedade local: “Os dias estão sendo bons. Aqui as pessoas ajudam mais. Pirangi é melhor porque tem menos vendedores, então acabo vendendo mais”. Assim como Vivian, ele também vende picolés com o auxílio de um carrinho. A experiência dele ressalta a importância da comunidade local na sustentação do comércio ambulante durante o verão.