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Turismo

Investimentos em promoção turística precisam ser ampliados, cobra ABIH

Edmar Gadelha lembra que turismo representa 35% do PIB estadual e emprega mais de 120 mil pessoas diretamente e 300 mil indiretamente
Redação
15/01/2025 | 13:04

O Rio Grande do Norte registrou um crescimento de 15% no fluxo de passageiros no segundo semestre de 2024, segundo dados do Aeroporto de Natal divulgados pelo Governo do Estado. Esse aumento reflete diretamente na ocupação hoteleira, especialmente em Natal e outros destinos turísticos do estado. Apesar dos números positivos, o setor enfrenta desafios, como a falta de investimentos robustos na promoção do destino, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do RN (ABIH-RN), Edmar Gadelha.

“A ABIH hoje exerce uma função primordial no sentido de promover o turismo, o destino e a divulgação do Rio Grande do Norte. O turismo é a alavanca motora da nossa economia, representando 35% do PIB estadual e mais de 30% dos empregos formais. Precisamos de atenção especial para que esse fluxo continue crescendo”, afirmou Edmar Gadelha, em entrevista nesta quarta-feira 15 ao Jornal da Mix.

edmar gadelha
Edmar Gadelha é presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do RN (ABIH-RN). Foto: José Aldenir / Agora RN

Entre os principais obstáculos, Gadelha destacou o baixo investimento estadual em divulgação turística. “Não só na divulgação publicitária, mas principalmente através das feiras, workshops, roadshows a nível nacional e internacional”, disse.

Além da necessidade de ampliação dos investimentos em feiras, workshops e roadshows, o presidente da ABIH destacou ações estruturantes urgentes, como a requalificação da Via Costeira e a urbanização de acessos turísticos. Ele também sugeriu projetos de parcerias público-privadas (PPPs) para potencializar equipamentos turísticos, como um teleférico no Morro do Careca e uma ponte ligando Malembá a Tibau do Sul.

“O turismo hoje funciona como um ecossistema que se retroalimenta, cujos principais atores são o trade, formado pelas entidades de classe, as secretarias de turismo dos municípios que têm vocação turística, Secretaria de Turismo do Estado e Emprotur. Temos 54 atividades econômicas que são abastecidas através do turismo. Se nós não dermos a atenção devida, isso vai reduzir a quantidade do fluxo turístico, vai diminuir a média ocupacional da hotelaria e, via de consequência, vai desabastecer essa cadeia produtiva econômica”, pontuou.

Estados como Alagoas, Pernambuco, Ceará e Paraíba investem mais no turismo

Enquanto estados vizinhos, como Alagoas, Pernambuco, Ceará e Paraíba, alocam cifras consideráveis para promoção, o orçamento destinado à Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur) foi de R$ 8 milhões em 2024, com um acréscimo de apenas R$ 3 milhões por emenda parlamentar. “Nós entendemos que, na realidade, o orçamento deveria vir fortemente do Governo do Estado, principalmente através da Emprotur. Infelizmente, em relação aos estados vizinhos, esses investimentos têm sido muito baixos”, frisou.

“Preciso que a gente tenha uma competitividade igualitária, porque se não for invertido os recursos para que a gente tenha competitividade junto aos estados da região Nordeste, nós vamos perder espaço, certamente”, alertou ele.

Natal, em recente pesquisa, foi colocada como a segunda capital do Nordeste mais procurada pelo turista para férias de verão. Assim como, em recente pesquisa da Decolar, a capital potiguar ficou posicionada como a oitava cidade de todo o Brasil em termos de procura. “Caímos, mas já fomos primeiro lugar. Então, por isso que é preciso uma atenção perene e que se faça investimento na divulgação e promoção. A ABIH vem fazendo essa gestão junto à secretaria, mas é preciso que os hoteleiros colaborem para conseguir fazer frente a essas promoções porque o dinheiro público não é suficiente”, justificou.

ABIH-RN comenta licenciamento ambiental

Edmar Gadelha ainda enfatizou a importância do diálogo entre o setor privado e o poder público para superar barreiras, como a burocracia nos licenciamentos ambientais, que têm atrasado investimentos no setor. “Não quero dizer que atrapalha, mas nós temos outros exemplos em capitais do Nordeste em que todo licenciamento é feito através de autodeclaração. Aqui, muitas vezes, você demora 1 ano, 2 anos, até 5 anos para licenciar um empreendimento”.

Para ele, não existe objetividade na análise e nas requisições. “E na hora em que você tem um sistema de autodeclaração, a responsabilidade é toda do quadro técnico de quem vai desenvolver o empreendimento e do investidor e do empreendedor. Se, porventura, ele não seguir a risca, todos aqueles ditames legislativos, ele vai pagar uma multa por isso e vai ter sua obra embargada. Então, é nada mais óbvio e mais coerente do que adotar um sistema que seja mais ágil”.

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