08/02/2017 | 11:07
Gestor de um município com cerca de 25 quilômetros de praias, o prefeito de Nísia Floresta, Daniel Marinho (PSDB), está diante de um grande desafio: limpar a mancha deixada pela matança que aconteceu em Alcaçuz. A penitenciária fica em Nísia Floresta, e a violência exibida para o mundo inteiro só fez despencar a principal fonte de renda do município, que é o turismo.
Contudo, apesar de as rebeliões terem causado prejuízos ainda incalculáveis, Daniel Marinho se apresenta confiante. Durante uma entrevista à Rádio Cidade, em Natal, ele mostrou que onde só se vê desgraça também é possível enxergar possibilidades. “Quando o governador declarou que iria desativar Alcaçuz, foi a melhor notícia que recebi. Começamos a montar um projeto de transformação das dependências da penitenciária. Quando for desativada, podemos transformar Alcaçuz numa escola técnica profissionalizante, realizando cursos e possibilitando uma profissionalização para as necessidades dos empresários daquela localidade”, afirmou.
Além disso, o prefeito ainda declarou que planeja projetos de visitas controladas em algumas dependências da penitenciária. “Apesar do prédio não servir mais como presídio, muita gente vai ter a vontade de visitar essas dependências, de saber onde foi que ocorreu essas rebeliões. Alcaçuz vai virar um prédio histórico”, complementou.
Para sua gestão, Daniel Marinho também já pensa em uma série de eventos culturais e literários para desviar qualquer “mal olhar” que tenha ficado para o município. “Em outubro teremos uma semana cultural em Nísia Floresta. Pretendemos resgatar a memória da escritora que deu nome à cidade, além de outras produções culturais e artísticas. Não vou me entregar em virtude dessa rebelião na penitenciária”, afirmou. O prefeito também disse que pretende colocar o evento no calendário nacional e que quer torná-lo uma tradição da cidade.
Nísia Floresta possui cerca de 28 mil habitantes, e detém uma vasta área de proteção ambiental. Para o prefeito, essa extensão territorial deve ser dividida com setores do empresariado que já vêm buscando a prefeitura para atender ao mercado turístico com a construção de condomínios e novos hotéis. “O Plano Diretor já conta com mais de 10 anos, por isso precisa ser revisado. Precisamos fazer as mudanças necessárias para que este potencial seja utilizado”, disse.
Daniel Marinho faz questão de esclarecer que, para que ocorram mudanças no Plano Diretor, serão necessárias audiências públicas em conjunto com o Ministério Público, entidades de preservação do meio ambiente e empresários. “A parte ambiental tem que ser tratada com responsabilidade, mas também temos que conciliar isso com o empreendedorismo”, complementou.