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Análise
Pesquisa indica renda afetada, alta da depressão e mais consumo de álcool e tabaco no Brasil pós-pandemia
Fundação Oswaldo Cruz, UFMG e Unicamp coletaram informações sobre saúde física e mental, renda, consumo de álcool e cigarro de 44.062 brasileiros após o início dos casos e mortes por Covid-19.
G1
29/05/2020 | 09:26

Ansiosos, deprimidos, com uma renda menor e mais sedentários. Esse é o cenário da saúde dos brasileiros durante a pandemia, mostrado por uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os resultados foram coletados com um questionário pela internet entre 24 de abril e 8 de maio e participaram 44.062 pessoas.

Os pesquisadores levaram em consideração as respostas dos mais de 44 mil brasileiros por meio de questionário online. A amostra foi calibrada, ou seja, mais refinada, por meio dos dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD, 2019) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O método é feito para obter a mesma distribuição por estado, sexo, faixa etária, raça/cor e grau de escolaridade da população brasileira.

Segundo Celia Landmann Szwarcwald, pesquisadora-titular da Fiocruz, “o brasileiro tem demonstrado sentimentos de tristeza, de ansiedade com mais frequência do que habitualmente. Está cuidando menos da sua saúde e está muito sedentário. Contudo, está adotando as medidas de restrição social com intensidade”.

Szwarcwald afirma que as questões e seus temas foram definidos por meio de marcadores de situações de saúde e do impacto socioeconômico, e a intensidade do isolamento, devido à importância da questão no período da pandemia.

Veja como está a vida dos brasileiros de acordo com o estudo em 7 gráficos:

1. Sem emprego

A pesquisa das três instituições aponta que 60% dos brasileiros apresentaram alguma diminuição da renda. Quadro que é complementado pela divulgação nesta quarta-feira (27) dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de março e abril mostram que a economia brasileira fechou 1,1 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada.

2. Aumento do trabalho doméstico

Enquanto isso, com um aumento no trabalho home office, 67% das mulheres também tiveram uma alta nas atividades domésticas. Mais de 18% delas dizem ter intensa dificuldade em executar o trabalho em casa depois do início da pandemia.

3. Mais cigarros

Mais de 30% dos homens e 38% das mulheres passaram a fumar pelo menos mais 10 cigarros por dia. Metade da população continuou fumando a mesma quantidade diariamente.

4. Alta no consumo de bebidas alcoólicas

Em abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu que os governos reduzissem a venda de bebidas alcoólicas durante a pandemia. Segundo a instituição internacional, o uso contínuo de álcool por pessoas em isolamento ou quarentena pode acarretar nas seguintes consequências:

  • Piora geral nas condições de saúde
  • Aumento nos comportamentos de risco
  • Problemas de saúde mental
  • Maior risco de violência, inclusive doméstica

A maior alta no consumo no Brasil foi vista, de acordo com o estudo, entre homens (18,4%) e entre pessoas com idade entre 30 e 39 anos.

5. População mais deprimida

Mais da metade dos jovens de 18 a 29 anos se sentiram muito ou estiveram sempre deprimidos desde o início da pandemia. Na divisão por sexo, as mulheres são as que mais declararam estar com o problema: quase 50% delas.

6. Jovens mais ansiosos

A ansiedade entre jovens tem um dos índices mais altos da pesquisa. Entre 18 e 29 anos, quase 70% dos entrevistados relataram sentir ansiedade muitas vezes ou durante todo o tempo, desde o início da crise por Covid-19. Mais de 60% das mulheres dizem estar passando pelo problema com frequência.

7. Mais sedentários

Homens e mulheres que faziam mais de 150 minutos de atividade físicas por semana (tempo estimado como mínimo para manter a saúde) apresentaram uma redução significativa na prática. Na média, antes da pandemia, 30,4% dos brasileiros se exercitavam durante este período semanal. Com a Covid-19, o número caiu para 12,6%.

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