A crise na saúde mental no Rio Grande do Norte voltou a ser tema de debate na Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira 6. Um dia após o pronunciamento do deputado estadual Dr. Kerginaldo (PL), que alertou para o baixo investimento do governo estadual na área e cobrou mais investimentos, o deputado Vivaldo Costa (PV) reforçou a necessidade de ações concretas para enfrentar o problema. Ele destacou a falta de assistência e a crescente demanda por tratamento especializado.
“Senhor presidente Ezequiel Ferreira, senhores deputados, o assunto que eu trago para falar hoje nesta Casa é sobre saúde mental, um tema atual. Há falta de assistência em todo o universo, em todos os países do mundo”, declarou. Nesta quarta-feira 5, Dr. Kerginaldo revelou que o governo estadual destina menos de 3% do orçamento da saúde para a saúde mental, segundo um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Vivaldo citou um estudo do psiquiatra Fernando Lemos, de São Paulo, que aponta que os transtornos mentais devem se tornar a principal causa de doenças no mundo até 2030. Ele também mencionou um levantamento feito por uma psicóloga de Natal, que mostra um aumento expressivo de casos entre crianças, adolescentes e jovens.
“Recentemente, eu li o trabalho feito por uma psicóloga aqui de Natal, estudiosa, dedicada, que fala da necessidade de assistência ao adolescente e à criança, criança e ao adolescente, e ao jovem. Porque tem estatística que comprova que o aumento da doença mental entre as crianças, entre os adolescentes, entre os jovens, aumentou muito”, afirmou.
O deputado destacou que a falta de estrutura não é um problema exclusivo do Rio Grande do Norte, mas cobrou um maior envolvimento das autoridades locais na busca por soluções. Ele defendeu um programa estadual de saúde mental para atender a população e revelou que destinou 60% de suas emendas para fortalecer essa área em Caicó.
“Hoje mesmo, eu estou com a audiência marcada, junto com o prefeito de Caicó, Dr. Judas Tadeu, com a secretária de Saúde, e nós vamos conversar especificamente sobre saúde mental, sobre a definição de um programa de saúde mental para Caicó”, anunciou.
Vivaldo faz crítica ao fechamento de hospitais psiquiátricos
Vivaldo Costa também criticou a política nacional de fechamento dos hospitais psiquiátricos sem a criação de alternativas eficazes. Ele afirmou que os hospitais regionais não têm estrutura para atender à crescente demanda por tratamento psiquiátrico.
“Fecharam os hospitais de tratamento de doente mental no Brasil, com a decisão votada, Congresso, tudo, e deixaram como substituto o atendimento do doente mental nos hospitais regionais. Só que, na prática, nenhum Estado tem funcionado bem”, pontuou.
O parlamentar defendeu um esforço conjunto entre prefeitos, governadores e o governo federal para ampliar a assistência psiquiátrica no país e chamou atenção para a urgência do problema.
“Esse problema existe no mundo inteiro, no Brasil inteiro, a falta de assistência ao doente mental. Vamos à luta e juntar o prefeito, os prefeitos, os governadores, o presidente, a Organização Mundial de Saúde. Vamos na direção, porque é um problema urgente”, disse.