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Saúde

Altos índices de ansiedade e depressão no Brasil: saúde mental clama por atenção

Vereador de Natal e psicóloga comentam crise no país e propõem reflexões
Redação
14/01/2025 | 17:36

O Brasil vive uma crise silenciosa na saúde mental. Com índices alarmantes de ansiedade e depressão, o tema exige atenção redobrada de toda a sociedade, como destacaram o vereador Cláudio Custódio (PP) e a psicóloga Débora Sampaio em entrevista ao programa Jornal 91, na manhã desta terça-feira 14. A conversa, transmitida pela rádio 91 FM, reforçou a urgência de ações estruturadas para enfrentar o problema.

“A saúde mental é um tema urgente, que afeta milhões de pessoas no mundo inteiro, e no Brasil, os índices são alarmantes”, afirmou o vereador Cláudio Custódio. Dados recentes mostram que o país figura entre os líderes globais em transtornos de ansiedade e ocupa o quinto lugar no ranking de depressão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A pandemia de Covid-19 intensificou ainda mais o problema, trazendo à tona crises de ansiedade coletiva, autolesões e aumento de transtornos alimentares, especialmente entre crianças e adolescentes.

claudio custodio
Altos índices de ansiedade e depressão no Brasil: saúde mental clama por atenção - Foto: Reprodução

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O mês de janeiro tem se consolidado como um marco para a conscientização sobre saúde mental, com a campanha Janeiro Branco, criada em 2014. Débora Sampaio explicou que a iniciativa utiliza o simbolismo de recomeço associado ao início do ano para promover reflexões sobre o bem-estar emocional. “É o momento de parar e pensar: como está a minha vida? O que quero mudar ou melhorar?”, destacou a psicóloga.

Apesar da relevância da campanha, Débora ressaltou que a preocupação com a saúde mental deve ser contínua. “Se não estamos bem emocionalmente, nenhuma esfera da nossa vida estará”, pontuou.

Educação em alerta

Com 23 anos de experiência como professor, Cláudio Custódio chamou a atenção para a realidade preocupante nas escolas. “Quando comecei, os casos de adoecimento mental entre os alunos eram raros. Hoje, os números são altíssimos e preocupam profundamente”, declarou. Ele também destacou que, atualmente, questões relacionadas à saúde mental são a principal causa de afastamento entre professores, superando problemas com a voz, que antes lideravam as estatísticas.

Débora Sampaio, por sua vez, chamou atenção para os impactos negativos do uso excessivo de tecnologia entre crianças e adolescentes. Segundo ela, a aprovação recente de uma lei que proíbe o uso de dispositivos eletrônicos em escolas é um passo importante. “Hoje, a infância do brincar foi substituída pela infância do celular. Isso compromete não só a aprendizagem, mas também os relacionamentos e a saúde emocional”, afirmou. Ela classificou a escola como um espaço que deve atuar como “zona de desintoxicação digital”.

A responsabilidade sobre a saúde mental não recai apenas sobre a escola. Débora enfatizou o papel crucial da família nesse processo: “Não adianta terceirizar a educação emocional para as escolas. A família precisa estar presente e atenta aos sinais.” Cláudio Custódio complementou, lembrando que a participação ativa dos pais na vida escolar dos filhos é diretamente proporcional ao desempenho e ao bem-estar dos alunos.

Ação

Para enfrentar os desafios, o vereador Cláudio Custódio planeja uma série de iniciativas em Natal, incluindo rodas de conversa, debates e formações para professores. Ele também destacou a necessidade de concursos públicos para psicólogos na rede municipal de educação. “É uma falha absurda no nosso sistema educacional”, criticou.

Além disso, o vereador tem visitado os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) para entender as condições dos serviços de saúde mental no município. Ele relatou, por exemplo, a precariedade do CAPS Leste, que precisou ser transferido para a UBS de Pirangi após ser interditado pela Vigilância Sanitária. “É inadmissível retroceder tanto em um setor tão essencial”, afirmou.

Cláudio Custódio apontou para a importância do diálogo e da união de esforços. “A saúde mental precisa ser tratada como prioridade. Não podemos ignorar os impactos devastadores desse problema na vida das pessoas e no desenvolvimento da sociedade”, concluiu.

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