BUSCAR
BUSCAR
Economia

Vendas do Tesouro Direto têm terceiro maior valor mensal da história

Em setembro, foram vendidos R$ 6,77 bilhões em títulos
Agência Brasil
25/11/2024 | 19:10

As vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet somaram R$ 6,77 bilhões em setembro, divulgou nesta segunda-feira 25 o Tesouro Nacional. É o terceiro maior valor mensal desde a criação do programa, em 2002, só perdendo para agosto deste ano, com vendas de R$ 8,01 bilhões, e para março de 2023, R$ 6,84 bilhões.ebcebc

Em relação a agosto, as vendas caíram 15,5%. Na comparação com setembro do ano passado, o volume subiu 111,7%. 

Dinheiro em real / Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil
Dinheiro em real / Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

Os dados foram divulgados com quase um mês de atraso por causa da greve dos servidores do Tesouro Nacional, que paralisaram a venda de títulos do programa três vezes em menos de um mês.

O principal fator que contribuiu para o alto volume de vendas foi o vencimento de títulos de longo prazo corrigidos pela Taxa Selic (juros básicos da economia), que foram trocados por papéis novos. Em setembro, os resgates de títulos atrelados à Selic, somados aos vencimentos e recompras, totalizaram R$ 5,294 bilhões. As vendas atingiram R$ 3,866 bilhões.

Os títulos mais procurados pelos investidores em setembro foram os vinculados aos juros básicos, cuja participação nas vendas somou 57,1%. Os papéis corrigidos pela inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), corresponderam a 30% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, totalizaram 9,1%.

Destinados ao financiamento de aposentadorias, o Tesouro Renda+, lançado no início de 2023, respondeu por 2,6% das vendas. Criado em agosto do ano passado, o novo título Tesouro Educa+, que pretende financiar uma poupança para o ensino superior, atraiu apenas 1,2% das vendas.

O interesse por papéis vinculados aos juros básicos é justificado pelo alto nível da Taxa Selic. A taxa, que estava em 10,5% ao ano até setembro, foi elevada para 11,25% ao ano. Com a expectativa de novas altas, os papéis continuam atrativos. Os títulos vinculados à inflação também têm atraído os investidores por causa da expectativa de alta da inflação oficial nos próximos meses.

O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 143,12 bilhões no fim de setembro, alta de 1,11% em relação ao mês anterior (R$ 141,55 bilhões), mas alta de 16% em relação a setembro do ano passado (R$ 123,36 bilhões). Essa alta ocorreu porque as vendas superaram os resgates em R$ 582,3 bilhões no último mês.

Investidores

O total de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 2.666.035, aumento de 10,9% em 12 meses. Os demais dados, como total de investidores desde a criação do programa, não foram divulgados por causa da greve do Tesouro Nacional.

A utilização do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas de até R$ 5 mil, que correspondeu a 79,2% do total de 812.452 operações de vendas ocorridas em setembro. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 55,7%. O valor médio por operação atingiu R$ 8.333,51, inflado pela troca de títulos corrigidos pela Selic, usado principalmente por quem quer fazer reserva de emergência.

Os investidores estão preferindo papéis de curto prazo. As vendas de títulos de até 5 anos representam 79,1% do total. As operações com prazo entre 5 e 10 anos correspondem a 6,9% do total. Os papéis de mais de 10 anos de prazo representaram 14% das vendas.

O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Transparente.

Captação de recursos

O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar a aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, via internet, sem intermediação de agentes financeiros. O aplicador só precisa pagar uma taxa semestral para a B3, a bolsa de valores brasileira, que tem a custódia dos títulos. Outras informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.

A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis pré-fixados.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
Planalto vê ação orquestrada entre governo e empresas francesas contra carne do Brasil
Embaixador da França procurou autoridades brasileiras para evitar conflito diplomático
25/11/2024 às 17:02
Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro
Investimentos diretos no país totalizaram US$ 5,7 bilhões no mês
25/11/2024 às 13:01
INSS paga folha de novembro a partir de segunda-feira
Créditos são escalonados, em dias úteis, e vão até o dia 6 de dezembro
24/11/2024 às 11:29
Primeira parcela do décimo terceiro deve ser paga até esta sexta
Segundo Dieese, salário extra injetará R$ 321,4 bilhões na economia
24/11/2024 às 10:35
Custos de ultraprocessados e álcool ao SUS atingem R$ 28 bi por ano
Cerca de 160 mil mortes anuais têm relação com consumo desses produtos
24/11/2024 às 09:39
Ministro da Agricultura apoia produtores de carne contra o Carrefour
Grupo francês anunciou veto à carne do Mercosul
22/11/2024 às 19:18
123Milhas: prazo para incluir nome na lista de credores vai até terça
Medida para quem tem valor a receber ou corrigir valor a ser devolvido
22/11/2024 às 18:35
CNU: adiamento do resultado para fevereiro custará R$ 4,7 mi à União
Impacto financeiro corresponde a 3,5% sobre o valor global do certame
22/11/2024 às 17:11
Governo anuncia bloqueio de R$ 6 bilhões do orçamento nesta sexta
Bloqueio é para cumprir a meta de déficit zero
22/11/2024 às 13:04
Receita abre consulta a lote da malha fina do Imposto de Renda
Cerca de 220 mil contribuintes receberão R$ 558,8 milhões
22/11/2024 às 09:13