O senador Styvenson Valentim (Podemos) defendeu que a escolha do candidato da oposição ao Governo do Estado em 2026 seja feita com base em pesquisas eleitorais, e não pela vontade de um grupo político. Segundo ele, “o nome tem que ser escolhido pelo povo”.
A fala dele corrobora com as defesas feitas pelo presidente do União Brasil, José Agripino Maia, e pelo presidente do Novo, Renato Cunha Lima, que defendem o critério da pesquisa como principal norteador para a escolha do candidato. Nos bastidores, o entendimento é de que a estratégia visa consolidar um nome competitivo que represente toda a oposição.
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A posição de Styvenson confronta a tese defendida pelo senador Rogério Marinho (PL), que tem sustentado que pesquisas eleitorais não devem ser o critério principal. Segundo interlocutores políticos, a resistência de Rogério se deve ao seu desempenho abaixo do esperado nos levantamentos internos realizados por partidos aliados.
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Styvenson frisou que a escolha do candidato deve ser uma decisão fundamentada na vontade popular. “Eu não vejo desse jeito. Eu vejo que o nome tem que ser escolhido pelo povo. E o povo tem que saber avaliar quem trabalha e quem não trabalha”.
Ele criticou a forma tradicional de escolha de candidaturas por grupos políticos. “Se junta ali os líderes partidários, um grupo, e escolhe um nome. Eu acho que não tem que ser assim. O povo tem que ter esse critério, tem que avaliar e comparar”.
Nos bastidores, a defesa da pesquisa como critério tem ganhado adesão entre partidos de oposição, que veem o método como uma forma de evitar desgastes internos e garantir a viabilidade eleitoral do nome escolhido. “O que vai precisar para 2026 é coragem, inteligência e capacidade”, disse.
Styvenson também admitiu que pode ser candidato ao Governo do RN. “Quem está na política tem que estar disposto a qualquer coisa para cumprir a missão com a nossa população”. Ele afirmou que sua prioridade no momento é concluir os projetos já em andamento, mas não descartou concorrer ao governo.
O senador afirmou que está focado em ações concretas, citando a construção do Hospital da Liga de Currais Novos, a conclusão do Hospital Oncológico Infantil da Liga, o projeto de um novo hospital em Mossoró, além de obras de infraestrutura em diversos municípios do estado. “Eu estou pensando aqui agora, nesse instante, como vou concluir essas obras. A minha pressa é essa, não é para 2026”, disse.
CRÍTICAS. Styvenson criticou a atual gestão estadual, dizendo que o governo Fátima Bezerra (PT) não conseguiu cumprir as promessas de campanha. “O recorde de desaprovação dela é que agora a ficha caiu da população. Viu que Lula lá e Fátima aqui, nada aconteceu”, afirmou. E disse que a governadora “não cumpre com os sindicatos, não cumpre com o cidadão” e que “o governo prometeu, prometeu e não saiu nada até agora”.
O senador reforçou que “para girar essa chave e fazer o Estado avançar, é preciso tirar o PT do poder” e que a oposição precisa estar unida para apresentar um candidato forte. Ele defendeu que as definições sobre candidaturas ocorram bem antes de dezembro, evitando atropelos políticos. “De última hora, só para enterro”.
E defendeu também a necessidade de cortes drásticos nos gastos públicos, especialmente no Judiciário e no Legislativo, como uma das formas de reorganizar a máquina administrativa e evitar novos aumentos de impostos. “Se você não pode fazer um sacrifício, se você não pode economizar, se você não pode fazer isso pelo Estado, então torna isso público e exposto para as pessoas saberem por que não está chegando o serviço público na ponta”, declarou.
Styvenson criticou o aumento da arrecadação por meio de impostos como solução para equilibrar as contas do Estado. “Se a arrecadação já topou e os gastos continuam grandes, eu preciso fazer o quê? Ou eu aumento a arrecadação, que foi a ideia do governo agora, aumentando ICMS para manter a máquina maior, ou eu corto na carne. E eu cortaria, cortaria sim”, afirmou.