As chuvas no Rio Grande do Norte em 2025 devem ficar dentro da média histórica, mas abaixo dos volumes registrados em 2024, segundo o meteorologista Gilmar Bristot. A expectativa é de uma precipitação média de 700 milímetros no estado, enquanto no ano passado variou entre 900 e 1.000 milímetros. “Eu acredito que não [teremos mais chuva que em 2024]”, disse Bristot.
Bristot explicou que, diferentemente de 2024, quando o El Niño trouxe bloqueios atmosféricos e a influência do Atlântico Norte quente resultou em um inverno chuvoso, este ano o fenômeno La Niña atua de forma fraca no Pacífico. “O Atlântico Norte está menos quente e o Atlântico Sul teve um aquecimento recente, o que animou as previsões, indicando chuvas próximas da normalidade e até um pouco acima”, disse.

No entanto, ele alertou para possíveis períodos de estiagem dentro da quadra chuvosa no Nordeste, que ocorre entre fevereiro e maio. “Quando um ano tem previsão de normalidade, ele traz consigo veranicos de cinco a dez dias sem chuva e chuvas intensas localizadas”.
A distribuição das chuvas deve seguir um padrão regional. “Normalmente, a região oeste chove mais. A chuva começa na região oeste, atinge o Vale do Açu e, com a umidade, se espalha pelo interior”, explicou Bristot. Ele destacou que o início do ano foi animador para o Seridó, onde municípios como Parelhas registraram chuvas acima da média em fevereiro, favorecendo reservatórios como Acari e Cruzeta. No entanto, a recuperação do açude Itans dependerá das chuvas na bacia da Paraíba. “Se não chover bem naquela bacia, não adianta chover bastante em Acari, pois a água não chega ao Itans”, afirmou.
Sobre a possibilidade de chuvas durante o Carnaval, Bristot confirmou a tendência. “Provavelmente teremos boas chuvas a partir de sexta-feira, atingindo todo o estado. As janelas de maior volume serão entre sexta e segunda-feira, com chuvas mais isoladas nos dias seguintes”, disse. Ele recomendou precaução com descargas elétricas. “É importante evitar ficar sob árvores, próximo a cercas elétricas e redes de energia”.
O meteorologista também orientou os agricultores a iniciarem o plantio. “Agora é o momento ideal para iniciar o plantio de culturas resistentes à seca, como feijão e sorgo”, afirmou. Ele destacou que a Empalme disponibiliza um sistema de zoneamento agrícola para orientar sobre os melhores períodos e culturas para cada município.