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Economia

Planejamento financeiro pessoal: especialista dá dicas para fechar o ano no azul

Consumo exacerbado nas comemorações de fim de ano pode ser uma porta para o endividamento, alerta contador
Redação
17/12/2024 | 19:38

Com datas como a Black Friday, Natal e Ano Novo, o aumento do consumo se torna inevitável no último trimestre do ano, e sem os devidos cuidados, o comportamento pode trazer dívidas: segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), em 2023, o percentual de famílias brasileiras endividadas chegou a 78,9%. Diante de todas essas compras, o planejamento financeiro se torna uma ferramenta importante para evitar iniciar 2025 com débitos acumulados.

Por isso, o especialista Daniel Negreiros, professor de Ciências Contábeis da Estácio, traz orientações para consumidores sobre como manter o equilíbrio financeiro e terminar 2024 no azul. “Podemos começar fazendo um balanço dos gastos do ano até aqui para conferir onde gastamos mais, quais dívidas priorizar o pagamento e como manter o equilíbrio das finanças nessa reta final, sem extrapolar”, comenta.

Reserva de emergência é essencial para cobrir juros e não perder bens / Foto: divulgação
Reserva de emergência é essencial para cobrir juros e não perder bens / Foto: divulgação

Dados de consultorias financeiras apontam que 70% das pessoas que fazem um planejamento financeiro conseguem quitar suas dívidas ou manter um orçamento equilibrado até o fim do ano. Conforme reforça Daniel, a organização e o controle das finanças nos meses de outubro e novembro são essenciais para um bom planejamento de despesas, como o pagamento de IPVA, IPTU e compras de Natal.

Segundo o professor, um dos erros mais comuns nesse período é gastar todo o salário em compras com juros ou compras impulsivas, principalmente usando o cartão de crédito. Essa modalidade é a principal forma de endividamento das famílias, sendo responsável por 88,3% dos casos. Com os altos juros no rotativo, que ultrapassam 400% ao ano, é fundamental evitar a acumulação de dívidas nos cartões.

“As compras impulsivas devem ser evitadas, pois uma pesquisa de mercado é muito importante nesse período para economizar. Essa impulsividade gera um prejuízo, já que podemos acabar comprando produtos caros sem checar antes. Já no cartão de crédito, o melhor conselho é não extrapolar. Se uma dívida alta for feita, tentar dividir em um número de parcelas que caibam no seu bolso ou fazer um acordo são opções. O cartão tem que ser pago, então sempre escolha bem o seu banco, fique atento às taxas cobradas e use o menor número de cartões de crédito possível”, explica Daniel.

Reserva de emergência é prioridade

O contador destaca ainda que manter uma reserva de emergência mesmo com dívidas acumuladas é essencial para cobrir juros e não perder bens. “Muitas vezes usamos o cheque especial, mas manter um dinheiro guardado é de suma importância para garantir que o seu patrimônio não fique em risco em caso de dívidas altas. Os especialistas indicam guardar 10% do seu salário para manter essa segurança e evitar problemas futuros. E guarde esse valor em uma conta que você não utiliza com frequência, justamente para evitar o uso indevido”, esclarece Daniel.

Ao planejar suas finanças com antecedência, o consumidor pode terminar o mês de dezembro com as contas equilibradas, sem dívidas, e começar o ano seguinte com mais tranquilidade e segurança. O planejamento financeiro não serve apenas para evitar complicações, mas também é uma ferramenta importante para alcançar seus objetivos a longo prazo, como viajar, comprar uma casa ou investir em seu futuro”, conforme lembra Daniel Negreiros.

“O principal é quitar as dívidas e obrigações de forma contínua ao longo do ano para terminar o ano no azul e sem sufocos financeiros, assim, podemos aproveitar as férias, ter lazer e renovar os presentes de Natal sem preocupações”, finaliza.

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