Prédios fechados, depredação e abandono. Essa é a atual situação da Cidade Alta, bairro que já foi um dos mais movimentados da capital potiguar. Passando pelas principais praças da região, observa-se o descaso com monumentos históricos que deveriam ser preservados pelo poder público e que acabam se tornando pontos desagradáveis para os moradores, comerciantes e turistas.
O AGORA RN foi até as praças Largo Memorial Câmara Cascudo, John Kennedy, Padre João Maria e André de Albuquerque, próximos ao Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, para registrar as principais reclamações de quem trabalha e mora na região. Segundo Marcelo Eduardo, de 56 anos, os furtos dos objetos históricos atrapalham o movimento da região, já que os poucos turistas que chegam ao local perguntam sobre as obras depredadas.

“Os turistas até perguntam: onde está a placa? Eu tenho que dizer que a levaram. A cabeça do presidente Kennedy já foi roubada três vezes. Esta aí quase que levaram, mas foi colocada de novo. Aí o turista chega, que já é muito difícil de aparecer por aqui, e isso prejudica demais o movimento”, disse Marcelo.
O comerciante afirma que, apesar do setor de limpeza da cidade ter aparecido regularmente, os moradores de rua não se preocupam com o ambiente. “Todo o dia é a mesma coisa, eles vêm dormir por aqui. Os garis limparam ontem, mas quando é de noite o pessoal da caridade vem dar comida, e eles [moradores de rua] sujam. Se houvesse uma fiscalização, não aconteceria isso aqui”.
Maria das Graças, 72, moradora há quatro décadas do local compactua com a opinião do comerciante. Ela lembra que as praças eram agradáveis, mas com o tempo tudo foi se deteriorando. “Eram praças lindas. Já tentaram arrumar umas três vezes, mas agora está tudo do mesmo jeito. Meu sonho era ter tudo isso aqui bem arrumadinho”, pontuou.
De acordo com a aposentada, a situação das ruas inicia um ciclo de violência. “Está muito desorganizado. Faz 40 anos que eu moro aqui e não tem melhoria de nada. Por aqui está difícil porque tem assalto demais. Na semana passada tentaram arrombar o carro do meu genro. Aqui tem muito desmantelo”, disse Maria das Graças.
Os moradores defendem que a passividade com a situação, ao olhar de tantos órgãos públicos na região, é algo a ser refutado. As praças estão localizadas próximas à Assembleia Legislativa do Estado, ao Memorial Câmara Cascudo e ao Instituto Geográfico e Histórico do RN. Os prédios da prefeitura também estão presentes dentro da rotina diária de depredação ao patrimônio público.
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