Uma menina de cinco anos morreu na madrugada de sexta-feira, 1º, após ser baleada na virada do ano novo no Morro do Turano, região central do Rio de Janeiro. A Polícia Militar informou que não houve operação policial nem trocas de tiros envolvendo policiais na região no momento em que a criança foi baleada.
A menina chegou a ser levada ao hospital Casa de Portugal, no Rio Comprido, mas não resistiu ao ferimento. O Morro do Turano ainda tem uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), remanescente da política de segurança pública dos governos Sérgio Cabral (MDB), que procurou levar a presença policial para dentro de favelas e regiões dominadas pelo tráfico de drogas.
Segundo a PM, policiais da UPP do Turano foram acionados já quando a criança estava sendo atendida na Casa de Portugal. “A vítima foi atingida no pescoço, dentro do quintal da própria casa, na localidade conhecida como Raia, no interior do Morro do Turano”, diz a nota enviada pela assessoria de imprensa da PM.
A corporação informou ainda que “nos primeiros momentos a família acreditava se tratar de ferimento proveniente por fogos de artifício” lançados na virada. A menina foi identificada por um amigo da família ao jornal carioca “Extra” como Alice.
Os pais da menina foram ouvidos pela Polícia Civil. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), após o registro inicial. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, “outras testemunhas estão sendo chamadas para prestarem depoimento” e “as investigações continuam para identificar e esclarecer de onde partiu o tiro que atingiu a criança”.
A plataforma Fogo Cruzado, que mapeia vítimas de tiroteios no Rregistrou em 2020 4.582 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ao todo, 1.788 pessoas foram baleadas: destas, 894 morreram e 894 ficaram feridas. No começo de dezembro, quando duas primas de 4 e 7 anos foram mortas em um tiroteio na porta de casa, a plataforma divulgou que no ano 22 crianças – com menos de 12 anos – foram baleadas na região metropolitana do Rio. Oito delas morreram.
