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Judiciário

Mauro Cid diz ao STF que Bolsonaro pediu reunião de hacker com Ministério da Defesa

Segundo o ex-ajudante de ordens, encontro com Delgatti foi articulado por Zambelli e tinha objetivo de discutir supostas fraudes nas urnas
Redação
09/06/2025 | 18:41

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira 9, que o ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, que recebesse o hacker Walter Delgatti Neto e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para discutir possíveis fraudes nas urnas eletrônicas.

Segundo Cid, a reunião entre Bolsonaro e Delgatti foi articulada por Zambelli e ocorreu no Palácio da Alvorada. Na ocasião, o ex-presidente teria buscado informações técnicas sobre como as urnas poderiam ser fraudadas e como detectar eventuais irregularidades.

Carla Zambelli e Jair Bolsonaro — Reprodução
Mauro Cid afirmou que Zambelli levou o hacker até Bolsonaro após pedido. | Foto: Reprodução / Instagram

Após o encontro, Bolsonaro teria orientado que a deputada e o hacker fossem recebidos no Ministério da Defesa para aprofundar o debate. Cid confirmou que o segundo encontro aconteceu, mas disse não saber se Paulo Sérgio participou da reunião.

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Durante o depoimento, Mauro Cid também declarou que, mesmo após estudos realizados após as eleições de 2022, não foi encontrada nenhuma evidência de fraude no sistema eletrônico de votação.

O interrogatório de Cid marca o início da oitiva dos réus do chamado “núcleo crucial” da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado após a derrota de Bolsonaro. Ao todo, oito réus ainda serão ouvidos, entre eles o próprio ex-presidente e ex-ministros como Anderson Torres, Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Alexandre Ramagem.

Na mesma investigação, a deputada Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão foi mantida por unanimidade pela Primeira Turma do STF na última sexta-feira 6. No sábado 7, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o Ministério da Justiça formalize o pedido de extradição da parlamentar, que está na Itália.

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