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Política

‘Mais de R$ 6 mi em economia aos cofres públicos’, afirma Styvenson, sobre seu mandato

Senador fala sobre polêmicas em que esteve envolvido e diz que eleitor deve fiscalizar trabalho dos políticos
Redação
02/07/2022 | 07:40

Senador de primeiro mandato, Styvenson Valentim (Podemos) tem sido cotado como um possível candidato ao governo do Estado, com boa pontuação em várias pesquisas de intenção de voto. No entanto, ele ainda não decidiu se irá concorrer ou não. De forma franca e direta, como é o seu estilo, ele faz uma análise crítica sobre seu mandato no Congresso Nacional, as polêmicas em que se envolveu e do desejo de “de impedir que nosso estado volte a ser uma capitania hereditária, comandado pelas mesmas famílias”, em entrevista exclusiva ao AGORA RN. Confira:

AGORA RN – Como o senhor avalia seu mandato no Senado Federal?
STYVENSON – A avaliação deve partir dos cidadãos do Rio Grande do Norte e da imprensa, que deve ser imparcial e retratar a realidade para seus leitores e telespectadores. Quanto ao eleitor, que pensa que sua maior arma e única obrigação/direito é votar, lembro do direito/dever de fiscalizar o trabalho do seu representante. Para isso, disponibilizo um site – styvensonvalentim.com.br (pago do meu bolso) e o próprio portal do senado. Eu tenho a honra de dizer que fui o primeiro parlamentar na história do Senado a abrir a transparência para o público, fato que se encontra registrado. Acompanhem o trabalho, façam críticas se for necessário, avaliem, fiscalizem. Somente pelo mandato, já fiz 455 proposições legislativas, 106 relatorias, mais de R$ 6 milhões em economia aos cofres públicos e meu mandato já indicou R$ 132 milhões, empenhou R$ 118,5 milhões e pagou R$ 86 milhões em emendas parlamentares.

styvenson
Senador Styvenson Valentim. Foto: Arquivo Agora RN

AGORA RN – Cite (resumidamente) o que seu mandato tem feito em benefício do RN
STYVENSON – Acessando meu site ou o próprio portal do Senado, vocês podem ter tudo bem detalhado. Não vou listar os benefícios que já fiz, faço e continuarei fazendo, pois o maior deles é a forma como realizo meu trabalho, limpa e transparente. Meu nome não sai na imprensa nacional em escândalo de corrupção. Mesmo após eleito, sem dinheiro público, sem tempo de TV, mantenho os discursos e atos, tenho horror à velha política e ojeriza a conversinhas de “toma lá – dá cá”, não fico realizando alianças com pessoas fichas sujas, e/ou em benefício próprio, minha única aliança é com o povo. Faço o que prego! Você conhece algum político assim? Que envia recursos, fiscaliza e cobra, que tem zelo pelo dinheiro público, que não tem medo? Isso é um grande benefício.

AGORA RN – Como o senhor avalia o trabalho do Congresso Nacional?
STYVENSON – Votações importantes pautaram o Congresso desde que entrei, como a PEC de Guerra, que votei sim, e que, de fato, visa alcançar as necessidades imediatas da população liberando recursos, mas que não são suficientes, ainda, para equilibrar a insatisfação popular sobre a instituição. Essa rejeição deve-se à impunidade de certos integrantes, de escândalos de corrupção, práticas nocivas de uso da coisa pública como particular, do excesso de gastos públicos, do fato de estarem distantes da população e de votarem ou de se eximirem de votações que atingiram a própria classe política, como, por exemplo, as que sempre defendo: fim do foro privilegiado, prisão em segunda instância, tornar o crime de corrupção imprescritível, redução do número de parlamentares, redução de gastos – nada disso é feito. Enfim, esse equilíbrio precisa ser estabelecido, os interesses da população precisam estar em primeiro e único lugar.

AGORA RN – O senhor chamou o Senado de chiqueiro, disse que seria difícil permanecer lá por 8 anos. Porque está lá, até agora? Quando colocou seu nome para o cargo, não sabia como funciona a política?
STYVENSON – Não me referi à instituição secular Senado Federal, e, sim, a uma boa maioria dos seus integrantes, que insiste em usar suas funções públicas para atuar de forma privada, e sempre longe dos olhos da população. São poucos os que, assim como eu, podem levantar o dedo e criticar sem medo, expondo o que é errado. A minha crítica se deu nesse sentido, respeito quem respeita o povo, e ponto.

AGORA RN – Outro caso, que causou revolta na bancada feminina, foi o incidente envolvendo a deputada Joice Hasselmann. Se arrependeu das declarações?
STYVENSON – Eu tenho compromisso com o povo e com o que é certo. Se errei, assumo e peço desculpa, quantas vezes forem necessárias. Tenho coragem suficiente para isso. Claro que as minhas falas, em sua maioria, foram descontextualizadas e cortadas, mas minha intenção nunca foi insultar ou desrespeitar uma única mulher. Meu gabinete é repleto de mulheres extremamente competentes e capacitadas. Tenho proposições em defesa do direito das mulheres, como o PL 1713/2022, que aumenta o prazo de 6 meses para 12 meses para que a mulher em situação de violência doméstica possa efetivar a denúncia. Como PM, acompanhei de perto a realidade de muitas vítimas de violência, e apesar da nossa Lei ser tida como a terceira melhor do mundo, muitas são as mudanças que ainda são necessárias. Defendi a mulher enquanto policial e continuo defendendo enquanto parlamentar.

AGORA RN – Como é a relação entre seu mandato e o Podemos?
STYVENSON – Dentro de um limite que não ultrapasse nem o meu, nem o do partido. Existe a identificação com alguns senadores. Fui a convite do senador Álvaro (Dias) e com direito a liberdade de atuação; para votação e isso, o partido tem me dado. No entanto, há coisas que me incomodam, tendo em vista meus valores e princípios. No que se refere às minhas decisões, as cautelas que eu entendo que devam ser tomadas, elas precisam ser respeitadas, pois trata-se de algo que questiono muito, o fato do partido querer ter uma imposição sobre os candidatos, inclusive a majoritária, e não concordo com isso. Então, desde que não ultrapasse o limite, minha individualidade e o que me comprometi com a população, seguiremos juntos. Não fico submisso ou subordinado a partido algum, que tenha seus interesses além dos de uma boa política. Torço que nossa relação possa ficar cada vez mais livre e independente, e que a única coisa que nos ligue seja o caminho certo para fazermos uma boa política.

AGORA RN – O senhor está indeciso se será ou não candidato ao governo do RN? Está com medo?
STYVENSON – Medo? Primeiro, ter medo é feio? É errado? Ter medo da responsabilidade de tirar um estado catatônico, sem crescimento, com péssimos serviços de saúde, educação e segurança, onde tudo que funciona é propaganda de governo? Medo ou responsabilidade de assumir o desafio de resgatar nosso estado de anos de atraso, atrasos esses que vieram das mãos das oligarquias, de famílias que querem voltar? Esse é o grande motivo de estarmos pensando em lançar candidatura, de impedir que nosso estado volte a ser uma capitania hereditária, comandado pelas mesmas famílias.

AGORA RN – Quais seriam as suas primeiras medidas como governador do RN?
STYVENSON – Reduzir gastos, rever a estrutura administrativa do Estado, diminuir os gastos públicos, rever contratos, analisar todos os ativos, saber se é ou não eficiente e produtivo. Focar no que é exclusivo ao público, às pessoas – como saúde, educação, segurança e outros serviços. Não se faz isso apenas com discursos e projetos, mas com recursos, com dinheiro, e, para isso, é preciso saber cortar, diminuir, reduzir, enxugar. Talvez, nem todos tenham coragem para fazer o necessário e o que realmente mexerá com estruturas viciadas do Estado.

AGORA RN – O senhor tem propostas para o RN, caso seja candidato?
STYVENSON – Tenho a melhor de todas: não roubar, não mentir, não fazer toma lá – dá cá, não fazer trocas de cargos por apoio, não fazer a famigerada política da governabilidade negociando a coisa pública. A população precisa observar isso. A maior governabilidade é com a população, e não com a classe política.

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