O presidente Lula (PT) realizou na manhã desta segunda-feira 3 uma reunião da articulação política, no âmbito da nova estratégia traçada após a grande derrota sofrida na semana passada no Congresso Nacional.
Lula decidiu na ocasião reunir semanalmente seus ministros da ala política e representantes do Ministério da Fazenda, retomando uma rotina que já mantinha em seus primeiros mandatos.
As reuniões semanais com a ala política, a Casa Civil e a Fazenda foram decididas em um primeiro encontro com líderes na semana passada, como parte da estratégia para melhorar a articulação. Naquela ocasião, o petista e seus aliados fizeram o diagnóstico de que o governo não tem base para conseguir vitórias na chamada pauta de costumes defendida pelo bolsonarismo.
No encontro, houve a leitura de que o governo tem conseguido vitórias importantes em pautas ligadas à economia, mas que deve evitar se envolver em projetos ligados a valores.
Na terça-feira 28, o Congresso Nacional impôs uma derrota acachapante ao governo, derrubando vetos importantes para a base petista e a esquerda.
Três pautas de cunho ideológico marcaram a sessão com revezes ao governo: o fim das saidinhas de presos, um pacote de costumes incluído por bolsonaristas na prévia do orçamento e o veto de Jair
Bolsonaro (PL) ao dispositivo que criminalizava “comunicação enganosa em massa”.
Após a reunião com Lula, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, minimizou as derrotas sofridas pelo Palácio do Planalto nos últimos dias no Congresso Nacional e disse que o governo “não se surpreendeu” com nenhum revés.
“Nada do que aconteceu no Congresso Nacional surpreendeu os articuladores políticos do governo”, afirmou Padilha.
Segundo ele, o governo tem “noção” da realidade conservadora do Parlamento e, por isso, tem buscado atuar na aprovação de projetos voltados às áreas econômicas e sociais.
“O governo sempre foi muito realista. Desde o ano passado, o que nós sempre apresentamos ao Congresso Nacional é uma pauta centrada no avanço econômico e social. Nós temos noção da realidade do perfil do Congresso Nacional, que espelha o que foi o pensamento do Brasil no dia das eleições”, completou o ministro.