15/10/2020 | 08:11
Eliano sempre foi impulsionado pela vontade de viajar e de viver experiências inéditas. Nascido em Pau dos Ferros, no Oeste Potiguar, ele agora mora na Paraíba – onde dá aulas de língua portuguesa. A mudança de ares é uma das inspirações do segundo álbum do artista, que está no processo de finalização e que deve estrear nas plataformas de streaming ainda em 2020. Na próxima semana, será lançado o single “Cura” para abrir espaço para a obra.
Gravado em parceria com o DoSol, o disco vai se chamar “Bicho da Seda” e terá 10 faixas. “O nome é uma referência à cultura desses insetos, que são extremamente importantes na produção da seda crua. Mesmo lentamente, o bicho faz o trabalho necessário. E foi dessa forma que escrevi as músicas: tecendo de maneira devagar, mas constante”, contou ao Agora RN.
A história contada nos novos versos é uma continuação eloquente do primeiro álbum de Eliano, “Ecdomomania”, lançado em 2015. “Ecdomomania é um desejo, considerado fora do normal, de estar longe de casa, de não conseguir ficar muito tempo em um só lugar. Então, o eu lírico discorre sobre o ímpeto de sair da zona de conforto, além da ânsia de conhecer a cidade grande”. Na faixa “O Amanhã”, por exemplo, o cantor entoa: “você tem que entender que sou feito um passarinho, que preza pelo prazer de voar longe do ninho”.
Em “Bicho da Seda”, o personagem já percorreu outros ambientes em diversas andanças e segue em um processo de autoconhecimento, após conquistar diferentes percepções de si e do universo. “Posso classificar como um caminho inverso entre o primeiro e o segundo álbum. Os assuntos abordados nas composições estão mais maduros. E, de certo modo, é baseado na minha própria existência. Fui criado em uma cidade do interior, sempre quis desbravar o mundo”, afirmou.
As letras revelam um Eliano experiente e calmo, que aprendeu a lidar com situações boas e negativas e que encontrou equilíbrio. As melodias carregam também uma mistura de sonoridades em clima moderno, com as influências variando entre a MPB e o rock inglês. “Tem um pouco de Belchior, Fagner… um tanto de Strokes e Beatles. O diferencial desta vez é a pitada de música eletrônica. Trago ainda, com orgulho, a pronúncia forte do nosso sotaque”.
Carreira
Quando tinha 15 anos, Eliano começou a tocar guitarra em bandas de rock que só tinham covers nos repertórios. “No interior não tem muito espaço para produção autoral, mas eu queria compor. Então decidi buscar uma carreira solo”. Agora, aos 28, o artista é destaque na cena independente, porém, pretende levar a música para todos os cantos. “Quando o momento de pandemia passar, quero fazer uma turnê”, afirmou.