O Hospital do Seridó, em Caicó, foi alvo de denúncias graves durante a sessão da Câmara Municipal. O vereador Diogo Silva (Solidariedade) trouxe à tribuna relatos de gestantes que afirmam ter sofrido maus-tratos e negligência médica na unidade de saúde. Segundo o parlamentar, uma das vítimas relatou que, aos sete meses de gestação e perdendo líquido amniótico, buscou atendimento no hospital, mas o médico responsável não estava presente. A enfermeira tentou contato diversas vezes até que o profissional atendeu a ligação. “No fundo dava para ouvir barulho de uma confraternização ou festa”, disse a paciente. O médico teria respondido: “Não é problema meu, mandem para Natal“, e a gestante foi mandada para casa sem acompanhamento ou medicação.
Outro relato apresentado pelo vereador destacou o atendimento negligente a uma paciente em crise asmática. “Eu estava me acabando de asma, o médico só atendeu o telefone, passou medicação e nem quis me escutar”, contou a vítima. Em outro caso, uma mulher afirmou ter sofrido violência obstétrica que resultou na morte de seu bebê. “Já sofri violência obstétrica e negligência médica, onde minha filha veio a falecer. Pior dor do mundo”, relatou.

Diogo Silva afirmou que as denúncias são recorrentes e que o médico em questão já foi alvo de reclamações anteriores. “Essa casa não pode ficar omissa diante de tantas denúncias e reclamações”, disse o vereador, pedindo a formação de uma comissão parlamentar para investigar os casos. Ele enfatizou a gravidade da situação: “Nós somos representantes do povo, independente de ser oposição, situação, de esquerda ou de direita. Temos que defender a vida das pessoas.”
Durante o debate, outros vereadores se manifestaram. Thales Rangel (PV) cobrou mais detalhes sobre a denúncia. “Vossa Excelência faz uma denúncia grave e não cita o nome do médico. Se está acontecendo isso, precisamos saber quem é”, afirmou. Mancuso (Republicanos) apoiou a iniciativa de investigação. “Se isso realmente está acontecendo, é grave. Essa Casa tem que fiscalizar”, disse.
O vereador Luiz da Samanaú (Podemos) também comentou sobre a situação. “A sua denúncia é gravíssima. Temos que saber o nome do médico e essa Câmara não pode ser omissa nesse caso”, declarou. Fabinho da Saúde (PSDB) sugeriu uma apuração detalhada. “Precisamos de uma denúncia bem fundamentada para poder trabalhar e fiscalizar. Estamos falando de uma casa de saúde referência materno-infantil”, afirmou.
Diogo Silva respondeu às críticas destacando que possui provas e depoimentos das gestantes. “Eu tenho prints das conversas com todas as gestantes que me procuraram. Podemos fazer um acompanhamento junto a essas gestantes no Hospital do Seridó e verificar a veracidade das denúncias”, afirmou o vereador, reiterando a necessidade de investigação.
As acusações geraram grande repercussão entre os vereadores, que concordaram sobre a necessidade de investigar os relatos. A Comissão de Saúde da Câmara, formada pelos vereadores Júlio César, Andinho Duarte e Fabinho da Saúde, foi acionada para acompanhar o caso. A proposta de Diogo Silva é que a comissão convoque as gestantes para depor e apure se houve negligência médica e violência obstétrica no hospital.
O presidente da Câmara, Ivanildo dos Santos (PSDB), destacou a importância da apuração. “O Hospital do Seridó tem uma história importante em Caicó, mas não podemos ignorar denúncias sérias como essas. A Câmara vai fazer seu papel e investigar”, afirmou.