O deputado estadual Coronel Azevedo (PL) criticou a governadora Fátima Bezerra (PT) durante a leitura da mensagem anual na Assembleia Legislativa, afirmando que o governo estadual voltou a atrasar o pagamento dos servidores públicos. A declaração ocorreu após protestos de servidores na Casa, especialmente de profissionais da educação e da segurança pública.
“Eu acho que a governadora passou por uma situação muito constrangedora hoje, aqui na nossa Assembleia Legislativa, um protesto muito forte dos servidores públicos”, disse Azevedo. O parlamentar atribuiu à governadora a responsabilidade pelos atrasos salariais, afirmando que o problema havia sido resolvido na gestão federal anterior.
!["Fátima trouxe de volta o atraso salarial que Bolsonaro havia encerrado", diz Azevedo azevedo](https://agorarn.com.br/files/uploads/2025/02/azevedo-830x468.jpg)
“Ela trouxe de volta o atraso no pagamento dos servidores públicos do Rio Grande do Norte, que havia acabado no governo do Bolsonaro”. Azevedo destacou que os agentes da segurança pública deveriam ter recebido reajuste salarial em janeiro, mas o pagamento não foi efetuado. “Não pagou os servidores da segurança pública, cujo reajuste se dava agora em janeiro, deu um calote, e disse que em maio vai renegociar como vai pagar os atrasados”.
Além disso, o deputado criticou a gestão do PT no Estado, afirmando que o governo não tem conseguido equilibrar as contas. “O fato é que eu prometi que o melhor iria começar. Justamente o PT com o PT trouxe de volta o atraso às formas de pagamento”.
A crise financeira do Estado impacta diretamente o pagamento dos professores da rede estadual. Para 2025, o Governo Federal definiu um reajuste de 6,27% para o piso da categoria, mas, pela primeira vez, o governo estadual não garante que aplicará o aumento para todos os profissionais. O Executivo se baseia em uma decisão judicial que suspendeu o pagamento dos reajustes de 2023, após ação do Ministério Público.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte-RN), apenas cinco mil professores receberão o reajuste, enquanto o Estado tem um total de 30 mil profissionais na ativa. O coordenador do sindicato, Bruno Vital, afirmou que a entidade continuará pressionando o governo para garantir o pagamento integral do piso. Durante sua visita à Assembleia, Fátima Bezerra defendeu que sua gestão sempre aplicou a lei do piso, mas citou a decisão judicial como impedimento para a implementação imediata.
“O governo, ao longo de todos esses anos, aplicou a lei do piso tanto na integralidade quanto na isonomia. O que acontece agora é que o Ministério Público entrou com uma ação judicial e isso está em discussão. Mas o fato concreto é que o diálogo permanece aberto”.
A categoria realizou protestos na última terça-feira 11 em frente à Assembleia Legislativa e, em assembleia, decidiu intensificar as mobilizações. Nos últimos seis anos, os professores da rede estadual tiveram 86% de aumento salarial, enquanto a inflação do período, medida pelo IPCA, foi de 37%.