A CPMI do INSS (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Instituto Nacional do Seguro Social) ouve nesta segunda-feira 6, às 16h, o empresário e economista Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians, no âmbito das investigações sobre fraudes em benefícios de aposentados e pensionistas.
Cavalcanti e Wilians foram alvos de operação da Polícia Federal (PF) em 12 de setembro, que apura o esquema. Durante as buscas, foram apreendidos bens de luxo, como obras de arte, bebidas de alto valor, motos e carros.

Em nota, o empresário afirmou “que não tem qualquer envolvimento com a fraude no INSS e que não faz mais parte do escritório Nelson Wilians Advogados”.
Na quinta-feira 2, a CPMI aprovou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Cavalcanti, referente ao período de 1º de janeiro de 2015 a 30 de maio de 2025. Também foi autorizado pedido ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) para envio de relatório de inteligência financeira, abrangendo 23 de setembro de 2020 a 23 de setembro de 2025.
Para o depoimento desta segunda-feira, Cavalcanti foi alvo de quatro requerimentos de convocação, o que torna sua presença obrigatória. Ele seria ouvido em 29 de setembro, mas solicitou nova data para prestar esclarecimentos.
Os parlamentares devem questionar possíveis vínculos entre Cavalcanti, Nelson Wilians e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, preso desde 12 de setembro e apontado como um dos principais articuladores do esquema de fraudes.
Em depoimentos anteriores à CPMI, Wilians e o “Careca do INSS” negaram envolvimento com o esquema, que foi revelado em abril após operação conjunta da PF e da CGU (Controladoria-Geral da União).
De acordo com investigações citadas pela CNN Brasil, a PF identificou suspeita de vazamento da operação. Imagens registradas em 22 de abril mostraram Cavalcanti horas antes da deflagração da ação, estacionando uma Ferrari vermelha e duas Mercedes no estacionamento de um shopping de Brasília. Os veículos teriam sido retirados oito dias depois por um motorista do empresário, também sob investigação.