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Investigação

Empresário Fernando Cavalcanti depõe hoje à CPMI do INSS sobre suspeita de fraudes em benefícios

Comissão aprovou quebra de sigilos bancário e fiscal e espera esclarecer possíveis vínculos entre o empresário, Nelson Wilians e o “Careca do INSS”
Redação
06/10/2025 | 08:46

A CPMI do INSS (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Instituto Nacional do Seguro Social) ouve nesta segunda-feira 6, às 16h, o empresário e economista Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians, no âmbito das investigações sobre fraudes em benefícios de aposentados e pensionistas.

Cavalcanti e Wilians foram alvos de operação da Polícia Federal (PF) em 12 de setembro, que apura o esquema. Durante as buscas, foram apreendidos bens de luxo, como obras de arte, bebidas de alto valor, motos e carros.

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Senadores e deputados durante reunião da CPMI do INSS; colegiado foi instalado em 20 de agosto - Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

Em nota, o empresário afirmou “que não tem qualquer envolvimento com a fraude no INSS e que não faz mais parte do escritório Nelson Wilians Advogados”.

Na quinta-feira 2, a CPMI aprovou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Cavalcanti, referente ao período de 1º de janeiro de 2015 a 30 de maio de 2025. Também foi autorizado pedido ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) para envio de relatório de inteligência financeira, abrangendo 23 de setembro de 2020 a 23 de setembro de 2025.

Para o depoimento desta segunda-feira, Cavalcanti foi alvo de quatro requerimentos de convocação, o que torna sua presença obrigatória. Ele seria ouvido em 29 de setembro, mas solicitou nova data para prestar esclarecimentos.

Os parlamentares devem questionar possíveis vínculos entre Cavalcanti, Nelson Wilians e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, preso desde 12 de setembro e apontado como um dos principais articuladores do esquema de fraudes.

Em depoimentos anteriores à CPMI, Wilians e o “Careca do INSS” negaram envolvimento com o esquema, que foi revelado em abril após operação conjunta da PF e da CGU (Controladoria-Geral da União).

De acordo com investigações citadas pela CNN Brasil, a PF identificou suspeita de vazamento da operação. Imagens registradas em 22 de abril mostraram Cavalcanti horas antes da deflagração da ação, estacionando uma Ferrari vermelha e duas Mercedes no estacionamento de um shopping de Brasília. Os veículos teriam sido retirados oito dias depois por um motorista do empresário, também sob investigação.

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