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Economia

Combustíveis: diferença nos preços entre RN e PB não tem solução a curto prazo

Parecer foi dado pelo presidente do Sindipostos; de julho a janeiro, apenas gasolina comum e aditivada custaram menos no RN em duas semanas. Etanol, GNV diesel e diesel S10 são mais baratos na Paraíba
Redação
24/01/2024 | 08:12

Discussão constante entre motoristas, o preço dos combustíveis no Rio Grande do Norte costuma ganhar uma pauta frequente: a comparação com o valor na Paraíba, estado vizinho que costuma praticar preços mais baixos. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (Sindipostos/RN), não há uma solução a curto prazo para diminuir a diferença para o estado vizinho.

No âmbito local, para ter uma noção do comportamento dos preços dos combustíveis nos dois estados, o AGORA RN fez um levantamento de julho de 2023 a janeiro deste ano com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e apenas em três ocasiões foi mais vantajoso abastecer no RN do que no estado vizinho. Publicado de forma semanal, a análise dos dados da ANP feita pela reportagem considerou sempre o primeiro levantamento a ter análises feitas dentro do mesmo mês.

Gasolina cai 6,2% e diesel sobe 5,9% na refinaria Clara Camarão - Foto: José Aldenir/Agora RN
Combustíveis: diferença nos preços entre RN e PB não tem solução a curto prazo - Foto: José Aldenir/Agora RN

Na semana de 1º de outubro ao dia 7, o preço médio de revenda do litro da gasolina aditivada no Rio Grande do Norte era de R$ 5,85, contra R$ 5,96 da Paraíba. No mês seguinte, na semana do dia 5 ao dia 11 de novembro, a gasolina comum custava, em média, R$ 5,55 no RN contra R$ 5,66 na Paraíba. Já a gasolina comum, nesta semana, tinha valor médio de R$ 5,60 no estado potiguar, contra R$ 5,83 nos postos paraibanos. Em todas as outras semanas, a Paraíba levou vantagem. De junho a janeiro, etanol, GNV, diesel e diesel S-10 sempre foram mais em conta no estado vizinho.

Para Maxwell Flor, presidente do Sindipostos/RN, alguns fatores explicam a diferença de preços entre os dois estados para o consumidor final. Como por exemplo a diferença entre as refinarias de Clara Camarão, que pertence à 3R Petroleum, e da Petrobras, que abastece a Paraíba. “Se a gente for comparar o preço do produto, da gasolina A – gasolina pura, sem adição do etanol – nas refinarias, a Clara Camarão está vendendo às distribuidoras do RN 30 centavos mais caro [o litro] do que a Petrobras vende, por exemplo, às distribuidoras da Paraíba, de Pernambuco e do Ceará”, explicou.

“Outros fatores que podem levar a isso, a gente tem o próprio etanol. 27% de um litro de gasolina C – gasolina que vendemos nos postos – tem etanol. No RN, a gente só tem três usinas que produzem etanol, que não é o mesmo vendido na bomba. O que a gente vende na bomba é o hidratado, e o etanol que é adicionado a gasolina é o anidro, que tem que vir de outros estados e por isso vai ter custo de logística maior, aumentando também o preço”, acrescentou.

Outro fator apresentado pelo presidente do Sindipostos é a logística. “A refinaria está localizada em Guamaré. Temos um custo de deslocamento para a capital, principalmente, em média de 400 km, porque o caminhão vai rodar 200 km vazio para pegar combustível e voltar para distribuir aqui. Enquanto que na Paraíba o combustível chega em Cabedelo, vizinha a João Pessoa, e já é distribuído. O custo logístico é bem mais barato. Você vai somando esses fatores e vai chegar nessa diferença”, completou.

Uma particularidade que o RN enfrenta é o valor do diesel, principalmente nos postos de rodovias, onde os caminhões transitam. Segundo Flor, a logística pesa contra, já que o combustível precisa ir até Guamaré para ser distribuído. “Terminamos nos prejudicando, porque temos custo mais alto, mas temos que vender pelo preço, pelo menos o diesel, muito próximo ao da Paraíba, senão o caminhoneiro vai abastecer na Paraíba, cruzar nosso estado e só vai abastecer de novo no Ceará. Ou vice-versa. Então nós perdemos com isso”, relatou.

Para Maxwell Flor, uma das questões que encareceu foi a transferência da refinaria para Guamaré, que foi privatizada. “Quando nós tínhamos a base aqui em Santos Reis [Zona Leste de Natal], a gente não tinha essa diferença toda, as condições eram parecidas. Outro problema é que nós agora temos uma refinaria privatizada. Como a Petrobras não faz mais a paridade internacional de preços, tem praticado preços abaixo desse mercado. E enquanto a refinaria não tem como fazer isso, porque está trazendo combustível de fora”, avaliou.

Para ele, não há uma solução a curto prazo para diminuir a diferença de preços. “Uma solução a curto prazo a gente não vai ter não. Vejo que assim, hoje os postos daqui do estado, em sua maioria, todos eles tem que ter um caminhão próprio para fazer essa compra. Quando a gente também consegue comprar numa condição melhor lá fora, em outros estados, a gente tem que buscar também. Mas querendo ou não, você tem o custo do frete, o custo do investimento naquele caminhão. E quando a gente tinha base aqui em Santos Reis, não tinha esse problema, não precisava, porque a logística era bem mais simples”, finalizou.

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