No terceiro e último dia de apresentações da 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, o público que compareceu ao auditório do Complexo Cultural Rampa conferiu o premiado longa-metragem “Um filme de verão”, com sessão livre, classificação indicativa 14 anos, acessibilidade através de legenda para surdos e ensurdecidos, e libras. O filme será disponibilizado também on-line no formato streaming. A obra foi vencedora da 22ª Mostra de Tiradentes e recebeu o prêmio Helena Ignez 2019, oferecido pelo Júri da Crítica a um destaque feminino da Mostra.
Dirigido por Jô Serfaty, professora de direção do Filmworks e do curso de Cinema da Academia Internacional de Cinema (AIC), o filme é sobre quatro jovens da periferia carioca de Rio das Pedras que, durante as férias escolares, enfrentam um verão de 40 graus. Imersos nos fios emaranhados que cobrem o céu da favela e os súbitos apagões, estes adolescentes buscam saídas inventivas para escapar de uma cidade em crise. O longa foi vencedor da 22ª Mostra de Tiradentes. Recebeu o prêmio Helena Ignez 2019, oferecido pelo Júri da Crítica a um destaque feminino.
Foram três dias de exibições com o tema “Vencer o ódio, semear horizontes”, explorando o papel do cinema na defesa dos direitos humanos em um cenário de reconstrução nacional, este ano a iniciativa mergulha na diversidade temática e regional do cinema em prol dos direitos humanos, sendo a produção do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF-Niterói, em parceria com o Ministério da Cultura e o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Para essa edição potiguar, conta com a organização das equipes da Secretária Extraordinária de Cultura do Rio Grande do Norte e da Fundação José Augusto.
De acordo com a Secretária Extraordinária de Cultura, Mary Land Brito, após cinco anos a Mostra voltou a ser realizada com alegria e um tema importante a ser debatido. “Abordamos os direitos humanos com a linguagem audiovisual, familiar aos jovens, que são mais estimulados a assistir do que a ler. Então, nesses três dias recebemos estudantes de escolas públicas para contribuir com a educação deles, pois através do cinema a gente oferece entretenimento e informação”, disse ela, acrescentando:
“A intenção é democratizar o acesso a bens culturais. E aqui todos puderam assistir de forma gratuita, adolescentes, jovens, professores e qualquer pessoa, o que faz com que haja convivência entre pessoas de diferentes idades. Tivemos, inclusive, um bom público de pessoas surdas, assistindo filmes junto com ouvintes. Isso é inclusão de fato. Indivíduos frequentando o mesmo lugar. Porque cultura é para as pessoas, não importa como elas são”.
Na sequência, o diretor da Fundação José Augusto (FJA) avaliou como um sucesso a 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos. “As comunidades atenderam ao chamado da equipe que organizou o evento, professores interessados, escolas mobilizadas, realizadores do audiovisual marcaram presença e o resultado foi uma linda plateia. Enfim, os envolvidos entenderam que quando se faz educação faz cultura e quando se faz cultura produz educação. Estão todos de parabéns e que venham as próximas edições”, comemorou.
O produtor audiovisual Nelson Marques ressaltou a iniciativa dos governos Federal e Estadual de unir cinema, direitos humanos e educação. “Com o desaparecimento dos cinemas de rua, o acesso aos filmes ficou ainda mais difícil, porque para conseguir assistir alguma coisa as pessoas têm que frequentar shopping. E shopping é uma barreira social. Diante disso, a exibição de produtos audiovisuais, através da gestão pública, é uma maneira de quebrar barreiras. E quando envolve a educação com temas urgentes da sociedade, fica ainda melhor”.
Confira a atração do último dia:
Exibição: 09h-11h
Sessão Frutos 1
Filme | aproximadamente 1 hora e 35 minutos
Um Filme de Verão, 95 min, 14 anos
Direção: Jo Serfaty Produção: Julia Motta
Direção de Fotografia: Pedro Pipano
Elenco: Caio Neves, Ronaldo Lessa, Karollyane Rabech, Junior Souza, Barbara Marques
