A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), por meio do projeto de extensão Memória Religiosa da Cidade do Natal, começou o inventário cultural da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, tradicional celebração da comunidade da Redinha. A iniciativa tem vistas ao tombamento do evento como patrimônio imaterial da cidade e para isso conta com o financiamento da Prefeitura Municipal de Natal (PMN), por meio do edital FIC 2024 – Identificação de Referências Culturais (mapeamento/inventários).
Coordenado pela professora Irene van den Berg, o trabalho visa à documentação e valorização das manifestações religiosas e culturais associadas à festa, reconhecida por sua relevância simbólica, histórica e espiritual para a população local e para o patrimônio imaterial da cidade. O inventário reúne registros audiovisuais, entrevistas, pesquisa de campo e escuta da comunidade, com atenção especial aos cortejos, rituais religiosos e à paisagem simbólica da Igreja dos Navegantes.

A proposta prevê o cadastramento do material na plataforma do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Segundo a coordenadora do projeto, essa etapa poderá subsidiar futuramente o processo de registro da festa como Patrimônio Imaterial Brasileiro, a exemplo da Festa de Sant’Ana de Caicó.
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“O inventário é um instrumento essencial de preservação. Reconhece a memória coletiva da comunidade e contribui para a formulação de políticas públicas de proteção do patrimônio cultural”, afirmou Irene van den Berg. Dois membros da equipe são moradores da Redinha, reforçando a conexão com o território e a participação ativa dos envolvidos.

Além do registro técnico, o projeto prevê a produção de uma cartilha acessível em formatos físico e digital, e a realização de um seminário comunitário para socialização dos resultados. A metodologia adotada contempla recursos de acessibilidade comunicacional e arquitetônica.
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Com essa ação, a Uern reafirma seu compromisso com a cidadania cultural, a valorização das tradições populares e o fortalecimento do vínculo entre universidade e comunidade. O projeto contribui ainda para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovendo inclusão, diversidade religiosa e sustentabilidade urbana.