BUSCAR
BUSCAR
Levantamento

Uma em cada três brasileiras diz ter sido vítima de violência no último ano

Estudo projetou que 503 mulheres foram vítimas de agressões físicas a cada hora no Brasil e que dois a cada três brasileiros (66%) presenciaram uma agressão física ou verbal no mesmo período
Por Folha de S. Paulo
08/03/2017 | 06:17

Uma a cada três brasileiras com 16 anos ou mais foi espancada, xingada, ameaçada, agarrada, perseguida, esfaqueada, empurrada ou chutada nos últimos 12 meses.

É o que aponta a pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”, realizada pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que entrevistou mulheres de todo o país e revelou: 29% delas afirmaram ter sofrido violência física, verbal ou psicológica no ano anterior.

Dados de natal sobre a violência contra a mulher serão apresentados em brasília

O estudo projetou que 503 mulheres foram vítimas de agressões físicas a cada hora no Brasil e que dois a cada três brasileiros (66%) presenciaram uma mulher sendo agredida física ou verbalmente no mesmo período.

“Os resultados da pesquisa mostram que a violência faz parte da gramática dos relacionamentos no país e que é algo socialmente tolerado”, avalia Samira Bueno, diretora-executiva do fórum.

De acordo com a pesquisa, financiada pelo governo do Canadá e pelo Instituto Avon, o agressor era conhecido das vítimas em 61% dos casos relatados. As agressões ocorreram principalmente em casa (43%) e na rua (39%), mas também no trabalho (5%) e na balada (5%) e foram mais frequentes entre mulheres de 16 a 24 anos (45%).

INFORMAÇÃO

“A mulher mais jovem tem tido mais acesso a informação e já reconhece determinados gestos, como beijo forçado ou assédio no transporte público, como formas de violência que vão além do bater ou agredir fisicamente”, explica a socióloga Wânia Pasinato, consultora especializada em violência contra a mulher.

Apesar do acesso à informação e do debate público sobre o tema, intensificado desde a aprovação da Lei Maria da Penha, em 2006, criada para coibir a violência doméstica, 52% das mulheres entrevistadas que reportaram agressões não fizeram nada a respeito da violência sofrida.

Das 48% que tomaram alguma medida, 13% procuraram ajuda da família, 12% apoio dos amigos e 5% procuraram a igreja que frequentam. Apenas 11% buscaram uma delegacia da mulher, enquanto 10% denunciaram o caso numa delegacia comum.

A socióloga lembra que as delegacias da mulher foram criadas há 32 anos inspiradas numa política especializada em que a resposta policial aos casos mais graves tinha de se integrar a outros atendimentos, como os apoios psicológico, assistencial e jurídico.

“Criminalizar as várias formas de violência contra a mulher não é solução. A Lei Maria da Penha ajuda, mas é insuficiente, por isso muitas mulheres não denunciam a violência que sofrem.” Para ela, essas respostas passam necessariamente pela prevenção e educação.

MULHERES NEGRAS

A pesquisa mostrou que mais mulheres pretas (32%) e pardas (31%) relataram violência nos últimos 12 meses do que as brancas (25%).

Discrepância maior surgiu quando as questões eram relativas a assédio: 35% das mulheres brancas reportaram terem sido alvo de comentários desrespeitosos ou contatos físicos indesejados contra 89% das negras.

“Esse dado traz as marcas estruturais do racismo ainda presentes na sociedade brasileira”, diz Juliana Gonçalves, 30, organizadora da Marcha das Mulheres Negras em São Paulo, para quem o corpo da mulher negra é visto como mais público e disponível que o das outras mulheres. “O corpo da mulher negra é mais facilmente sexualizado, deixando-a mais vulnerável à violência”, diz.

Para a filósofa e ativista Djamila Ribeiro, “as feministas negras vêm denunciado a falta de um olhar racial nas políticas de enfrentamento à violência contra a mulher”.

Ela lembra que o Mapa da Violência de 2015 mostrou que os homicídios de mulheres brancas haviam diminuído 10% na década anterior enquanto o assassinato de mulheres negras havia crescido 54% no mesmo período.

“Precisamos pensar no componente racial. Não podemos debater mulher como se fosse uma categoria universal quando as negras têm menos acesso aos bens públicos e menos condições financeiras. Quando não nomeamos essa realidade, mantemos a invisibilidade dessa diferença”, diz.

WhatsApp deixa de funcionar em 35 modelos de celulares; veja lista
Lista com 35 modelos inclui Androids, como Motorola, Lenovo, Huawei, Xiaomi, LG, Sony e Samsung, e alguns iPhones.
01/05/2024 às 10:37
Cachorro de pelo preto fica completamente branco por causa de vitiligo; entenda
O tutor Matt Smith relata que notou manchas brancas perto da boca e do queixo de Buster antes delas se espalharem por todo seu rosto e corpo.
01/05/2024 às 07:36
Contran permite que motoristas solicitem o cancelamento da CNH
Pedido pode ser feito sem a necessidade de apresentar motivação
30/04/2024 às 21:19
Vivara é condenada por exigir padrão de beleza em processo de seleção
Empresa orientou analista de recrutamento e seleção para escolher mulheres magras, de cabelos longos e lisos para trabalhar na Vivara
30/04/2024 às 21:08
RN realiza Conferência de Ciência e Tecnologia
Evento definirá propostas e delegados à Conferência Nacional
30/04/2024 às 16:59
Desvendando o poder das emoções no mundo empresarial: lições diretas de liderança e autoconhecimento
Odontóloga e coach empresarial compartilham experiências pessoais sobre competitividade e bem-estar emocional no ambiente corporativo
29/04/2024 às 18:14
Mulheres ficam com lesões no pulmão após micropigmentação nas sobrancelhas
Reação ao pigmento nas sobrancelhas demorou, surgindo apenas três anos após o procedimento em um dos casos. Médicos pedem acompanhamento
29/04/2024 às 15:31
Vídeo: Teto de casa de show em João Pessoa desaba e deixa mais de 40 feridos
Das 44 pessoas feridas após a queda do teto de uma casa de show em João Pessoa, 35 já foram liberadas
29/04/2024 às 12:49
Mais 9 universidades federais vão entrar em greve na próxima semana
Após o governo Lula apresentar uma proposta considerada “ofensiva” pelo sindicato que representa professores e servidores, greve continua
26/04/2024 às 19:44
Convocação do Fies é prorrogada até 17 de maio
Novo prazo para as convocações por meio da lista de espera do processo seletivo do primeiro semestre de 2024 foi publicado pelo MEC nesta sexta-feira 26
26/04/2024 às 17:26
Copyright Grupo Agora RN. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização prévia.