O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), vai “meter a faca” em cargos ocupados pelo Centrão na Caixa Econômica Federal. A declaração foi feita em entrevista ao podcast As Cunhãs na última sexta-feira 10. Segundo Guimarães, a ordem veio diretamente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Eu acho que vai ter um rebuliço do tamanho do mundo na próxima semana. Qual é o rebuliço? A Gleisi vai meter a faca. Eu estava na reunião com ela e o Lula. O Lula disse: ‘Gleisi, você agilize, viu, e mexa no vespeiro aí da Caixa Econômica para começar’. E, evidentemente, eles estão apavorados”, afirmou o líder do governo.
![[vídeo] mudanças na caixa: gleisi vai “meter a faca” em posições do centrão, diz líder do governo | notícias do rio grande do norte image](https://agorarn.com.br/files/uploads/2025/10/image-164-edited-830x468.png)
Ainda na sexta-feira, a Caixa destituiu dois nomes ligados ao Centrão: Paulo Rodrigo de Lemos Lopes, vice-presidente de Sustentabilidade e Cidadania Digital indicado pelo PL, e José Trabulo Junior, consultor à presidência do banco ligado ao senador Ciro Nogueira (PP-PI). As saídas ocorreram dois dias após o governo ver a MP com alternativas ao aumento do IOF perder validade na Câmara.
Guimarães citou outras vice-presidências ocupadas por partidos como PL, Republicanos, PDT e Podemos, e lembrou que o próprio presidente da Caixa, Carlos Vieira, foi indicação pessoal do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
“Então, a ministra Gleisi me disse com todas as letras: ‘Eu não vou discutir, eu vou fazer’. E eu já tenho notícias que [ela] mandou tirar, eu já recebi telefone: ‘Zé, não deixa mexer na minha diretoria do DNOCS [Departamento Nacional de Obras Contra as Secas]’. Eu disse: ‘Se entenda com a Gleisi'”, relatou Guimarães.
O líder do governo ainda afirmou que o Executivo deve entrar numa “nova fase” a partir de agora. “O governo, na minha opinião, não tem que inventar muita coisa para ir ao Congresso, pouquinha coisa para não ter problema — é votar o orçamento, tem uns três projetos importantes, e ligar o modo eleição em 2026”, concluiu.