BUSCAR
BUSCAR
Viés

‘Sociedade fica mais tranquila’ com morte de Marcelo Pica-Pau, afirma delegado

Marcelo Pica-Pau era o bandido mais procurado do Estado desde o ano passado e era a principal liderança da facção autointitulada Novo Cangaço
Redação
29/07/2025 | 04:06

A sociedade potiguar “fica mais tranquila” depois da morte de Marcelo Johnny Viana Bastos, de 32 anos – conhecido como Marcelo Pica-Pau. A avaliação é do delegado Joacir Rocha, da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) da Polícia Civil do Rio Grande do Norte (PCRN).

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira 28 na sede da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), o delegado da Deicor explicou que Marcelo Pica-Pau era o bandido mais procurado do Estado desde o ano passado. Ele era a principal liderança da facção autointitulada Novo Cangaço – que vinha promovendo violentos assaltos a bancos e carros-fortes, entre outros crimes.

Operação Cratos Marcelo Johnny Viana Bastos vulgo Pica Pau (447)
Corpo de Marcelo Pica-Pau foi recolhido pelo Itep na manhã de domingo. Foto: José Aldenir

“Ele era o mentor, foi o iniciador e era o comandante da facção que se autointitulava como Novo Cangaço, ou Cangaço. A gente entende que, com o falecimento dele, a sociedade fica mais tranquila. Obviamente, a Deicor vai realizar um trabalho em cima dos outros integrantes dessa organização criminosa. Vamos tentar, a partir do empenho entre as delegacias especializadas, a captura dos outros integrantes”, afirmou Rocha.

Marcelo Pica-Pau foi morto durante uma intensa operação policial realizada no último fim de semana em Extremoz, na Grande Natal. O bandido estava escondido em uma casa no loteamento Portal do Sol junto com outras duas pessoas: um comparsa e uma amante. Ao ser localizado após meses como foragido, Marcelo se recusou a se entregar e trocou tiros com policiais civis e militares durante mais de 20 horas, entre a manhã de sábado e a manhã de domingo.

Ao longo das mais de 20 horas, os policiais tentaram negociar a rendição do bandido, mas ele não aceitou se entregar. A troca de tiros só terminou com a morte de Pica-Pau. Antes dele, também morreram: o comparsa Cláudio Ferreira dos Santos, conhecido como Bode-Rouco, e Jamile Xavier da Silva, de 19 anos, amante de Pica-Pau.

Ao todo, foram cerca de 100 agentes envolvidos na operação. Depois do tiroteio, a polícia entrou na casa e encontrou dois fuzis (um 5,56 e um 7,62) e uma pistola (.40), que estavam em posse dos criminosos. A casa onde Pica-Pau ficou abrigado, na rua Macapá, ficou destruída. A reportagem do AGORA RN entrou no local e viu o rastro de destruição.

Herlânio Cruz, delegado-geral adjunto da Polícia Civil, registrou que Pica-Pau era investigado por diversos crimes, inclusive homicídios. “Era um criminoso que vinha causando muito terror para a segurança pública do Rio Grande do Norte. Por isso, todas as delegacias especializadas estão aqui. Foi uma integração dentro da Polícia Civil, convergindo nesse trabalho que foi coroado com a operação”, declarou o delegado.

Pica-Pau é suspeito de homicídios e outros crimes

Segundo a Polícia Civil, as investigações da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontam conexões do grupo de Pica-Pau com homicídios registrados nos municípios de Touros e em outras localidades da Grande Natal. Marcelo possuía condenações e mandados de prisão preventiva em aberto por crimes como furto, homicídio qualificado, associação criminosa e uso de explosivos.

Segundo a Civil, o grupo utilizava veículos roubados na prática dos crimes e “mantinha ramificações em Pernambuco, onde também foram realizadas diligências, especialmente no município de Cabo de Santo Agostinho, em dezembro do ano passado”.

Segundo a Polícia Civil, ele era responsável por dezenas de assaltos e assassinatos, como a morte da jovem Maria Bruna Assunção, no dia 6 de julho deste ano, em Ceará-Mirim; e o roubo de malotes no supermercado Nordestão, na Zona Sul de Natal, em agosto do ano passado, que terminou com a morte de um vigilante.

A Polícia Civil informou que o objetivo da operação era a captura dos três bandidos, e não as mortes, como aconteceu. Além de uma irmã de Pica-Pau, um advogado também participou das tentativas. Marcelo, no entanto, não aceitou se entregar.

Comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar, major Cláudio afirmou que Pica-Pau não livrou nem a irmã do tiroteio. “Surgiu a possibilidade de levar alguém da imprensa até lá, porém, seria um risco muito grande. Se ele realizou disparos com a presença da irmã, (levar a imprensa) era um risco que não podíamos correr… o risco de ter um jornalista atingido”, afirmou major Cláudio.

NOTÍCIAS RELACIONADAS