O desembargador e ex-presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), Claudio Santos, foi mencionado pelo ex-diretor de Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) e réu na Operação Dama de Espadas (que investiga o esquema de desvios de recursos na Assembleia Legislativa do Estado), Gutson Reinaldo, em delação realizada recentemente e que veio a público na última quarta-feira 03 por intermédio da imprensa.
Tão logo tomou ciência da menção de seu nome, o desembargador emitiu nota oficial e se disse ‘estupefato’ com a situação. No documento, Cláudio Santos, em suma, acusa promotores de estarem cometendo abuso de autoridade e alega, entre outras situações, que sequer conhece pessoalmente o delator.
“Lamento que alguns integrantes do Ministério Público Estadual tenham colocado pontualmente o trecho da delação mencionada, na Denúncia contra terceiros, citando meu nome, em completa usurpação de competência e eventual abuso de autoridade, além de desnecessária, fato que não se coaduna com a estrita obediência à lei por parte dessa instituição, pois todos devem primar pelo respeito à honra das pessoas”, diz.
Gutson, que também é alvo da Operação Candeeiro (apura irregularidades no Idema), ainda delatou um suposto acerto entre o desembargador e o deputado estadual Ricardo Motta (PSB) para uma tratativa de cargos dentro da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas do Estado (TCE), situação que também foi negada pelo ex-presidente do TJ.
No final do documento, Claudio Santos disse esperar a retirada de seu nome das delações de Gutson. “Espero que o referido delator e as demais pessoas envolvidas reponham imediatamente a verdade, evidenciando minha completa ignorância a respeito dos fatos, caso contrário, tomarei as medidas judiciais pertinentes”, concluiu.