O Carnaval de Natal 2025 terá a Zona Norte como principal foco das festividades promovidas pela Prefeitura do Natal. A informação foi confirmada pela presidente da Funcarte e secretária municipal de Cultura, Iracy Azevedo, que explicou a decisão da gestão municipal de estruturar a festa priorizando a maior região populacional da cidade.
“O primeiro polo a se pensar foi a Zona Norte”, afirmou Iracy. Segundo ela, a escolha ocorreu pela capacidade de agregação do Ginásio Nélio Dias, que pode receber até 40 mil pessoas e está localizado em um ponto estratégico, facilitando o acesso de moradores de diferentes bairros.
O Carnaval contará com outros dois palcos principais: Praça dos Gringos, em Ponta Negra, e o Centro Histórico. Também haverá eventos nos coretos da Praça do Cruzeiro, Largo do Atheneu e no Beco da Lama, além dos blocos na Redinha e Praia do Meio.
Estrutura reduzida para investir em atrações
A festa será realizada com um orçamento estimado entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões, considerando todas as despesas com estrutura, atrações, locações e mão de obra. “Esse investimento, a gente estimou entre R$ 10 e 14 milhões. Devemos chegar no máximo a R$ 12 milhões, considerando todas as despesas”, explicou.
A estratégia da Prefeitura foi reduzir gastos com estrutura para priorizar um maior número de atrações nacionais. “O prefeito Paulinho Freire tem um perfil de só fazer aquilo que pode pagar. Ele foi atrás dos artistas, onde poderia ter uma negociação boa, e eu fui fazer a parte de estrutura e dos artistas locais”, disse Iracy.
A programação contará com 23 atrações nacionais, incluindo Alceu Valença, Ricardo Chaves, Psirico, Zé Vaqueiro, Saia Rodada, Cavaleiros do Forró, Harmonia do Samba, Lamba Saia, Cheiro de Amor e Tony Sales.
Os artistas locais foram selecionados a partir de um credenciamento realizado em 2024, válido até 2025. “A gente está trabalhando com esse cardápio de artistas já credenciados”, explicou.
Burocracia atrasou organização do evento
A presidente da Funcarte destacou que a burocracia do setor público dificultou a preparação do evento. “Na iniciativa privada, em 15 dias o evento estaria pronto. No setor público, a gente tem que passar por dez processos burocráticos para pagar um artista que tocou hoje só daqui a seis ou sete meses”, afirmou.
Iracy relatou que o orçamento para o evento só foi liberado dez dias antes do anúncio oficial da programação. “O carnaval teve que ser feito em quinze dias. O orçamento abriu há dez dias”, disse.
Ela citou como exemplo a dificuldade para adquirir materiais. “A coroa da rainha não ficou pronta, eu tive que comprar. Se fosse esperar, teria que abrir um processo, cancelar outro, fazer uma dispensa, conseguir uma pessoa com cinco notas”, explicou.
Transporte gratuito e estrutura na Redinha
A Prefeitura também garantiu transporte gratuito em linhas específicas que conectarão os polos carnavalescos. “Tem uma linha que conecta a Zona Norte ao Polo Ponta Negra, retornando pelo Centro Histórico e passando pela Praia do Meio”, detalhou.
Na Redinha, serão 48 blocos cadastrados e um polo exclusivo para orquestras de frevo e blocos de matriz africana na Praça do Cruzeiro.
“A gente transformou o coreto do Cruzeiro no polo de blocos de chão. Hoje o cadastro gerou 48 inscrições desses blocos”, disse Iracy.
Próximos eventos: São João de Natal e Natal em Natal
Prefeitura já discute os próximos eventos do calendário cultural. “Por incrível que pareça, já estamos pensando no São João e no Natal em Natal”, revelou Iracy.
No entanto, o São João ainda está em fase de negociação. “Mossoró já tem PPPs que mantêm o evento. O São João de lá já está vendido e negociado como destino. Nós estamos começando agora”, afirmou.
Já o Natal em Natal tem mais chances de ser consolidado. “O tempo que temos para fechar parcerias público-privadas é maior e o evento tem um apelo natural”, disse.
A presidente da Funcarte defendeu um planejamento de eventos que represente a cidade. “O Carnaval, o São João e o Natal têm que ser bem estruturados. A Prefeitura não pode competir com produtores privados. O papel do setor público é criar oportunidades para quem não tem visibilidade”, concluiu.
