A mais recente pesquisa realizada pela Exatus mostra que Allyson Bezerra (União Brasil) aparece como favorito ao Governo do Rio Grande do Norte em 2026 e que a união da oposição, embora pudesse ampliar sua margem de vitória, não é condição obrigatória para que ele seja competitivo. O prefeito de Mossoró chega a 46% das intenções de voto em um dos cenários, muito à frente de nomes como Rogério Marinho (PL), que alcança até 27%, Álvaro Dias (Republicanos), com 12%, e Cadu Xavier (PT), que não ultrapassa 7%.
A leitura dos dados indica que Allyson tem potencial de crescimento, especialmente em regiões como o Agreste e a Grande Natal, onde ainda não construiu presença consolidada. Mesmo sem ter iniciado uma agenda organizada de visitas, sem articulação formal dentro da Assembleia Legislativa e sem atrair blocos partidários de forma estruturada, o prefeito já lidera com folga. O relatório da pesquisa sintetiza que “o cenário mostra que a ausência de alianças não impede a competitividade de Allyson, que já larga em posição de vantagem”.

A tendência, caso não haja composição entre adversários, é que a eleição tenha três candidaturas de peso no primeiro turno, com o senador Rogério Marinho representando a direita bolsonarista, o secretário de Fazenda, Cadu Xavier, como nome governista e Allyson como gestor que tenta se projetar para além de Mossoró. Nesse desenho, um segundo turno torna-se provável, e a avaliação é que Allyson teria ampla possibilidade de êxito se conseguir reunir apoios dos candidatos que ficarem de fora.
“Em um eventual segundo turno, o nome que não estiver vinculado diretamente à polarização nacional tende a herdar votos de quem não passou, absorvendo o eleitorado contrário ao candidato alinhado com o embate Lula x Bolsonaro”, analisa o estudo.
O campo governista enfrenta grandes dificuldades. O desgaste da gestão de Fátima Bezerra, que tem apenas 23,3% de aprovação contra 66,6% de desaprovação, limita a capacidade de transferência de votos. Em todos os cenários, Cadu Xavier aparece com desempenho abaixo de dois dígitos.
O vice-governador Walter Alves (MDB), quando incluído, não passa de 4%. Já Rogério Marinho oscila na faixa dos 25% a 27%, insuficiente para encostar em Allyson, que mantém vantagem de pelo menos 12 pontos.
Entre os opositores ao governo estadual cresce a avaliação de que a união é desejável. O prefeito de Natal, Paulinho Freire, vem defendendo publicamente que a oposição não deveria se fragmentar em 2026 e que os grupos precisariam convergir, seja em torno de Rogério Marinho, seja em torno de Allyson Bezerra, ou ainda do ex-prefeito Álvaro Dias. A proposta é criar um palanque único para enfrentar a base governista, que tende a chegar fragilizada à disputa.
O contingente de brancos, nulos e indecisos, que varia de 20% a 30%, mostra que há espaço de disputa à medida que a campanha se aproximar. Mesmo assim, a leitura predominante é que o prefeito de Mossoró larga em posição confortável.
“A união da oposição ampliaria a margem de vitória, mas não é pré-requisito para que Allyson seja competitivo”, conclui a pesquisa, reforçando que, caso a eleição siga com múltiplas candidaturas no primeiro turno, o desenho favorece sua chegada ao segundo turno com grandes chances de vitória.
O levantamento da Exatus ouviu 2.029 eleitores distribuídos entre os dias 18 e 21 de setembro, proporcionalmente entre todas as regiões do Estado, considerando variáveis como sexo, idade, escolaridade e renda. A margem de erro é de 2,19 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.