O vereador de Natal Robson Carvalho, 1º suplente do União Brasil na Assembleia Legislativa, ainda trabalha para virar deputado estadual. Um despacho do ministro Kássio Nunes Marques, dentro de um mandado de segurança impetrado pedindo a validação dos 16,8 mil votos obtidos por Anax Vale para deputado estadual, aguarda apreciação do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN). A Coluna Opinião soube que, aqui no Estado, caiu para a juíza Maria Neíze de Andrade Fernandes produzir um novo relatório.
Em Brasília, além do advogado famoso Carlos Eduardo Frazão, que foi diretor de Assuntos Técnicos e Jurídicos do Senado na época que Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) era presidente, Robson Carvalho teve a ajuda do senador Rogério Marinho (PL) e do ex-senador José Agripino Maia, presidente do União Brasil. Robson é ligado politicamente ao deputado federal Paulinho Freire (União Brasil), com quem fez dobradinha em Natal e no interior.
Mas não adiantou. O ministro Nunes Marques não apreciou e mandou o caso de volta para a Corte Eleitoral Potiguar. Diziam que o direito não beneficiava o entendimento dos advogados de Robson Carvalho.
Só que agora, na surdina, a Câmara Municipal de Natal chamou a atenção com a discussão de um projeto de emenda à Lei Orgânica do Município que permite que um vereador assuma interinamente um mandato de deputado estadual ou federal sem precisar renunciar o mandato na Câmara Municipal.
Em meio a tudo isso, Robson aguarda. Ele fez um acordo com Rogério Marinho e assumiu o compromisso de engrossar as fileiras da oposição ao Governo Fátima Bezerra (PT) caso o TRE-RN entenda que ela pode assumir o mandato.
ENTENDIMENTO
Segundo uma fonte do TRE-RN, a juíza Neíze Fernandes dificilmente mudará o entendimento para beneficiar o suplente Robson Carvalho. Em setembro de 2022, Anax Vale, ex-prefeito de Governador Dix-Sept Rosado e médico, teve a candidatura a deputado estadual negada por unanimidade no TRE-RN. Anax Vale tem condenação por colegiado transitada em julgado por improbidade administrativa com dolo ao erário. Na época, a juíza relatora Érika Paiva frisou que a situação se encaixava nas regras de inelegibilidade, com base na Lei da Ficha Limpa.
SITUAÇÃO
Existe um “trabalho”, segundo amigos e confidentes do vereador Robson Carvalho, para engrossar a oposição. Rogério Marinho não quer o deputado Ubaldo Fernandes (PSDB) na Assembleia. Até hoje, o líder da oposição ao PT não se conformou com a derrota jurídica de Wendel Largatixa (PL), que teve uma votação histórica, mas ficou de fora da diplomação por problemas jurídicos. Ubaldo integra a base da governadora Fátima Bezerra (PT) e ajuda na maioria da Assembleia.
BSB
Ontem foi o dia de grande parte da bancada federal retornar ao Rio Grande do Norte. Sempre pegam, na maioria, o voo da Latam que decola às 9h de Brasília com chegada às 11h40 em Natal. Os bolsonaristas General Girão (PL), Styvenson Valentim (Podemos) e José Agripino Maia (União Brasil) sentaram com os não radicais Robinson Faria (PL), que vem votando com o Governo Lula na Câmara, e os novos aliados do Palácio do Planalto João Maia (ex-PL) e Benes Leocádio (União Brasil), este último coordenador da bancada potiguar.
PAC 3
A governadora Fátima Bezerra adiantou que a autorização para início dos projetos básicos e executivos de engenharia que tratam da duplicação da BR-304 já foi dada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). São duas ordens de serviços: uma para o Lote 1, compreendendo o trecho que vai de Angicos à divisa com o Ceará, e outra para o Lote 2, de Angicos até a Reta Tabajara, contemplando os 289 Km do projeto de duplicação. O Dnit ainda não terminou a conclusão da Reta Babajara, que se arrasta desde 2014, quando o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (então no MDB) era presidente da Câmara dos Deputados.
REPUBLICANOS
O prefeito Álvaro Dias joga bem. Usou esta semama os contatos da bancada do Republicanos, como o presidente nacional do partido, o deputado Marcos Pereira (SP), 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados. Uma visita de cortesia que chamou a atenção foi a de Álvaro ao ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). No RN, a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) é indicação do ex-deputado Rafael Motta (PSB). O diretor-presidente Nino Ubarana foi assessor dele na Câmara. Será que o PSB continuará com o comando da cadeira no RN?
PODEMOS
O grupo de pré-candidatos “Pensando Natal”, coordenado pela professora Viviane e pelo servidor público Eliu, poderá embarcar no Podemos, caso tenha apoio do senador Styvenson Valetim. Ex-candidato a senador, Dr. Geraldo Pinho tem acesso à nacional. Outros nomes como Fabian Vargas, João Batista do Planalto, Silvio Dantas e Wellington Bernardo sonham em bater a meta e, com outros nomes, conquistar juntos pelo menos 20 mil votos, o que garantiria duas vagas na Câmara Municipal de Natal, sendo uma diretamente e outra pela sobra.
TRAMA GOLPISTA
Ontem, no fim da tarde, portais de notícias nacionais publicaram que integrantes da cúpula atual do Exército enxergam um suposto “lado positivo” no relato feito por Mauro Cid em sua delação, envolvendo militares do governo Bolsonaro e o debate de um plano golpista. Para eles, os fatos narrados pelo ex-ajudante de ordens da Presidência reforçam a mensagem de generais da ativa de que o Alto Comando, ao menos do Exército, não abraçou a trama.
SILÊNCIO
O ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu ontem com advogados em Brasília, para discutir como reagir à divulgação de trechos da delação premiada de Mauro Cid. O encontro aconteceu no escritório político do ex-presidente, localizado no mesmo prédio comercial onde funciona a sede nacional do PL, na capital. A maioria dos advogados orientou Bolsonaro a não se pronunciar publicamente sobre o assunto. O argumento é que a defesa não teve acesso à delação do ex-ajudante de ordens.
ELEITORAL
A presidente do PT Gleisi Hoffmann disse que o Brasil é “um dos únicos lugares do mundo onde tem Justiça Eleitoral”, o que, segundo ela, “já é um absurdo”. O discurso lembra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cogitou um plano de reforma do Judiciário, com mais ministros no Supremo Tribunal Federal e extinção do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A crítica da dirigente petista, que remete à gestão anterior, foi parte da argumentação da deputada contra as multas aplicadas pelo TSE.
