O vereador Preto Aquino (Podemos), vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Natal, expôs graves problemas no sistema de saúde pública da capital durante reunião nesta segunda-feira 18. Segundo ele, a falta de coordenação entre os governos estadual e municipal tem agravado a superlotação em unidades como as unidades de pronto atendimento (UPAs) e hospitais, dificultando o atendimento, especialmente na área de Psiquiatria.
“Eu visualizei a necessidade, clara e evidente, de fortalecimento nas unidades de saúde que atendem pacientes não só de Natal, mas também dos interiores vizinhos. Estamos falando do hospital psiquiátrico, das quatro UPAs, e do Hospital Pescador”, afirmou Preto.
Segundo o vereador, a situação das UPAs é agravada pela ausência de atendimento adequado em psiquiatria, área que sofre com a falta de suporte do Governo do RN. “O governo do Estado fechou unidades psiquiátricas e sobrecarregou as UPAs. Hoje, a regulação é feita pelo Estado, mesmo sendo custeada pelo município. Isso é inadmissível”, criticou.
Preto relatou que a superlotação não se limita às unidades psiquiátricas e que a situação no Hospital Walfredo Gurgel, no bairro do Tirol, é alarmante. “Ontem (domingo 17) mesmo, 22 ambulâncias ficaram paradas por falta de macas no hospital. São 14 do Samu Natal e outras oito do Samu Metropolitano. Esse caos precisa ser enfrentado com urgência”, afirmou.
Ele também sugeriu que a Comissão de Saúde volte a visitar o Walfredo Gurgel para registrar a realidade do local e encaminhar relatórios aos órgãos competentes. “No último fim de semana, foram registrados 80 pacientes nos corredores e até problemas de incêndio com ar-condicionado. Não podemos fechar os olhos para isso”, enfatizou.
Segundo Preto, é urgente a necessidade de articulação entre Estado e município para melhorar o atendimento. “A saúde precisa de parcerias reais. Não dá mais para suportar pacientes sofrendo nos corredores. É hora de agir e encontrar soluções”, disse.
Saúde mental
O vereador citou ainda a situação precária da saúde mental em Natal e destacou a necessidade de fortalecimento do atendimento psiquiátrico, que hoje abrange pacientes da Capital e de municípios vizinhos. “O município paga por 107 leitos no Hospital Severino Lopes, mas quem gerencia é o Estado, e não há diálogo entre as regulações. As UPAs estão superlotadas de pacientes psiquiátricos, aguardando regulação que muitas vezes não funciona”, criticou.
Segundo ele, não há alinhamento, conversa ou transparência sobre o andamento, “enquanto as UPAs seguem superlotadas de pacientes psiquiátricos. Infelizmente, o Governo do Estado fechou serviços de psiquiatria e agravou a dificuldade nas UPAs. Enquanto isso, pacientes aguardam regulação em um sistema que deveria ser mais eficiente”, lamentou.