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Justiça

Jovem acusada de homicídio morre de câncer dois meses após absolvição no RS

Damaris Vitória Kremer da Rosa havia sido absolvida em agosto, após seis anos de processo e tratamento contra neoplasia maligna do colo do útero
Redação
04/11/2025 | 10:55

Damaris Vitória Kremer da Rosa, acusada por homicídio qualificado e incêndio em um processo criminal no Rio Grande do Sul, morreu no dia 26 de outubro, dois meses após ser absolvida pelo Tribunal do Júri. A jovem estava em prisão domiciliar desde março de 2025, após ser diagnosticada com neoplasia maligna do colo do útero e necessitar de tratamento oncológico contínuo.

A prisão preventiva havia sido decretada em junho de 2019, quando as investigações apontaram que Damaris, junto a outros acusados, teria participado do homicídio de Daniel Gomes Soveral, em Salto do Jacuí (RS). Segundo o processo, ela teria atuado como “isca” para atrair a vítima até o local onde ocorreu a execução. Após o crime, também foi acusada de participar do incêndio do veículo da vítima.

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Damaris Kremer cumpria prisão domiciliar em Balneário Arroio do Silva (SC) para tratamento oncológico quando foi absolvida pelo Tribunal do Júri em agosto - Foto: reprodução redes

As autoridades consideravam a prisão necessária para garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal. A acusada era suspeita de envolvimento com a facção criminosa “Os Manos” e permaneceu em local incerto durante parte das investigações, o que levantou a hipótese de tentativa de fuga do país.

O inquérito também apurou que os suspeitos teriam planejado a morte de uma testemunha, Kase Jhones, após ele relatar detalhes da execução.

Durante os anos seguintes, a defesa ingressou com diversos pedidos de soltura. Um habeas corpus foi negado em 2020 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Outros pedidos, apresentados em 2023, foram rejeitados pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) e novamente pelo STJ. Em novembro de 2024, um novo pedido baseado em questões de saúde foi indeferido, por falta de exames e laudos que comprovassem a doença.

A situação mudou em março de 2025, quando laudos médicos confirmaram o diagnóstico de câncer. No dia 18 daquele mês, a Justiça converteu a prisão preventiva em domiciliar, autorizando o cumprimento da pena na residência da mãe, em Balneário Arroio do Silva (SC). A decisão incluiu o uso de tornozeleira eletrônica e deslocamentos controlados para o tratamento.

Damaris iniciou sessões de quimioterapia e radioterapia em abril, nos municípios de Santa Cruz do Sul (RS) e Criciúma (SC). Em agosto de 2025, o Tribunal do Júri absolveu a ré das acusações de homicídio qualificado e incêndio.

A jovem faleceu em 26 de outubro de 2025, aos 29 anos, em meio ao tratamento oncológico.

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