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Futebol

Jogadores da Série A criticam gramado sintético no futebol brasileiro

Neymar, Gabigol e Lucas Moura lideram campanha nas redes contra o uso de grama artificial; especialistas alertam para riscos em altas temperaturas
Redação
19/02/2025 | 07:49

O uso de gramado sintético no futebol brasileiro voltou ao centro das discussões nesta terça-feira 18, após jogadores da Série A iniciarem uma campanha nas redes sociais intitulada #NãoAoGramadoSintético. Neymar (Santos), Gabigol (Cruzeiro) e Lucas Moura (São Paulo) estão entre os atletas que se posicionaram contra o uso de grama artificial nas competições nacionais. Em publicações nas redes sociais, nomes como Thiago Silva, Phillipe Coutinho e Memphis Depay, também manifestaram descontentamento.

“Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. Com o tamanho e representatividade do nosso esporte, esse debate nem deveria existir. Nas ligas mais respeitadas do mundo, os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim. Futebol é natural, não sintético”.

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Jogadores destacam preocupações com lesões e impacto no jogo, enquanto especialistas apontam riscos do gramado sintético em temperaturas extremas. Foto: Reprodução

O gramado sintético, apelidado de “tapetinho” por torcedores, está presente em estádios como Allianz Parque (Palmeiras), Ligga Arena (Athletico-PR), Nilton Santos (Botafogo) e no remodelado Pacaembu. O Atlético-MG também planeja adotar o sistema na Arena MRV a partir deste ano. Para utilizá-lo, os clubes precisam de certificação da Fifa, que avalia critérios como quique da bola, planicidade e tração.

Especialistas alertam para os riscos do gramado sintético em temperaturas extremas. A engenheira agrônoma Maristela Kuhn explicou à CNN Brasil que o gramado artificial pode atingir até 90°C em dias de calor intenso, causando queimaduras e bolhas nos pés dos jogadores. “O gramado sintético é uma estrutura plástica. As temperaturas podem facilmente atingir 80, 90 graus. E queimar o pé dos jogadores, como a gente já viu diversas vezes”, afirmou.

Apesar das críticas, o gramado sintético é visto como uma solução para problemas crônicos com gramados naturais no Brasil, como os enfrentados pelo Maracanã, que já sediou duas finais de Copa do Mundo. No exterior, a NFL também enfrenta debates semelhantes, com jogadores pedindo a substituição da grama sintética por natural após lesões, como a de Aaron Rodgers em 2023.

Possíveis soluções incluem tecnologias como as usadas no Catar durante a Copa do Mundo de 2022, onde grama natural foi tratada com irrigação de água do mar dessalinizada e climatização artificial. No Brasil, Maristela Kuhn sugere ajustes simples, como mudar horários de jogos para períodos mais frescos.

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