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Investigação

Funcionários de banco público são investigados por desvio de R$ 12,5 milhões no RN

Suspeitos usavam cartões com saldo insuficiente para acumular milhas e convertê-las em dinheiro, bens e viagens
Redação
24/09/2025 | 13:36

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte (PCRN), por meio da Delegacia Especializada no Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público (DECCOR), deflagrou na manhã desta quarta-feira 24, a “Operação Pouso Forçado” com o objetivo de desarticular um esquema criminoso envolvendo inserção de dados falsos em sistemas informatizados e lavagem de dinheiro no Banco do Brasil.

De acordo com as investigações, três funcionários da instituição financeira, utilizando-se das funções públicas que ocupavam, fraudaram o sistema de pagamento de planos de previdência, vinculando-os de forma indevida a cartões de crédito próprios e de familiares. Os lançamentos realizados ultrapassavam os limites dos cartões, o que gerava o estorno automático por insuficiência de saldo. Mesmo assim, os pontos gerados pelo programa de fidelidade da instituição eram creditados normalmente.

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Funcionários de banco público são investigados por desvio de R$ 12,5 milhões no RN - Foto: Reprodução

Segundo a Polícia Civil, “esses pontos, popularmente conhecidos como ‘milhas’, eram posteriormente convertidos, de maneira dissimulada, em dinheiro, bens e passagens aéreas, sobretudo internacionais, movimentando cifras expressivas”. Ainda de acordo com as apurações, o esquema criminoso desviou mais de 12,5 milhões de pontos, causando prejuízo relevante ao banco e gerando enriquecimento ilícito dos envolvidos.

Durante o cumprimento das medidas cautelares autorizadas pela Justiça, foram apreendidos documentos, computadores, celulares, extratos bancários, mais de 40 cartões de crédito, grande quantidade de munições, três armas de fogo, além de valores em espécie: R$ 28.050,00 e US$ 15.100,00. Também foi determinado o sequestro judicial de veículos e o bloqueio de bens dos investigados no valor de R$ 2,5 milhões.

O nome da operação faz referência à prática ilícita de “fabricar pontos” de maneira fraudulenta, resultando no “pouso forçado” com a atuação da Polícia Civil. A denominação também remete ao uso das milhas para obtenção de vantagens patrimoniais, incluindo viagens custeadas com os pontos acumulados.

A ação teve apoio do Departamento de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DECCOR/LD), da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), da Secretaria da Fazenda do Estado (SEFAZ) e de outros órgãos parceiros.

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte solicita que informações sobre crimes de corrupção e lavagem de dinheiro sejam repassadas, de forma anônima, por meio do Disque Denúncia 181.

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