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Política

Federação entre União e PP está “bem encaminhada”, mas ainda sem 100% de acerto, diz Agripino

Ex-senador revela avanços nas negociações e aponta obstáculos locais como último entrave para formalização da aliança
Redação
19/04/2025 | 05:35

A federação entre União Brasil e Progressistas (PP) está avançando e pode ser formalizada nos próximos dias, mas ainda não há acerto definitivo. A avaliação é do ex-senador José Agripino Maia, que participou de reunião em Brasília com o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, o governador de Goiás e pré-candidato à Presidência da República, Ronaldo Caiado, e demais dirigentes da legenda.

“A chance da federação ser anunciada na próxima semana existe. É certo 100%? Ainda não. Mas há uma grande chance, e o barco é o dobro”, afirmou.

José Agripino Maia Ex Senador RN (21)
Ex-senador José Agripino Maia. Foto: José Aldenir/Agora RN

A fusão entre as duas legendas, que tem sido tratada como prioridade nacional, criaria o maior partido político do Congresso Nacional. Juntos, União Brasil e PP somariam mais de 100 deputados federais e ultrapassariam a marca de 10 senadores, reunindo aproximadamente 25% da Câmara. Agripino afirmou que a federação, se confirmada, exigirá comando e diretrizes unificadas. “Não pode pensar para um lado e para o outro. Tem que ter pensamento único”, disse. 

Ele argumenta que a medida atende à necessidade de diminuir o número de partidos no país e facilitar a interlocução política, além de permitir uma consolidação do campo ideológico. “Você tem o centro e a direita com União Brasil e PP. Do outro lado, os partidos de esquerda vão buscar coisa semelhante. A ideia é estreitar os campos de disputa ideológica no Brasil, porque não dá mais para viver essa salada onde ninguém tem ideologia nem comportamento”, afirmou.

Na prática, a formação da federação enfrenta obstáculos em alguns estados, onde os dois partidos possuem lideranças que disputam espaços semelhantes. Como exemplo, Agripino citou o Acre, onde União Brasil e PP têm seus próprios pré-candidatos ao governo estadual. Como a federação pode lançar apenas um nome por cargo majoritário, esses impasses precisam ser resolvidos antes da formalização do acordo. Apesar das dificuldades, o ex-senador disse que “a federação está bem andada” e que várias pendências foram superadas na última rodada de conversas.

Durante a mesma entrevista, concedida à TV Tropical, José Agripino elogiou a atuação do diretor do Sebrae-RN, Zeca Melo, e comentou sobre o novo projeto Feito Potiguar, que busca valorizar a produção local com selo de reconhecimento a produtos fabricados no estado. Ele comparou a ideia ao conceito de grifes de origem como “Made in Italy” e “Made in France” e defendeu que o Rio Grande do Norte pode criar sua própria marca de qualidade a partir de itens como o melão produzido em Mossoró. 

“Na hora em que você coloca ‘Feito Potiguar’, você cria uma expectativa de excelência. Isso gera emprego e oportunidade”, disse. Agripino lembrou que o melão potiguar já possui certificação de origem e é hoje exportado para mercados exigentes como a China.

Segundo ele, essa conquista poderá impulsionar a criação de um aeroporto de cargas em Mossoró, já cogitado com financiamento chinês. Com solo fértil, água de subsolo e clima favorável, a região tem condições de manter a produção de alto nível e atender à demanda internacional. “Se abrir o mercado chinês, sai o aeroporto cargueiro. E quem entra na carona é o produtor de camarão ali do lado. Você pode ter carga mista de melão e camarão frigorificado. Aí sim, você bota vento na vela do Rio Grande do Norte de novo”, afirmou.

O ex-senador também citou como exemplo positivo recente a consolidação do projeto Mossoró Cidade Junina, que, segundo ele, está “borbulhando” como novo polo turístico estadual graças à iniciativa do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil). Agripino defendeu que o Estado retome o protagonismo e pare de se comparar negativamente com vizinhos. “Está faltando oportunidade e alguns Zecas Melos a mais para tocar o barco”, concluiu.

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