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Cultura

Exposição sobre Dona Militana é aberta na Pinacoteca do Estado no Dia Internacional da Mulher

A exposição, com entrada gratuita para o público, permanecerá aberta até o dia 28 de março
Redação
09/03/2025 | 07:30

Em um simbolismo poético que une arte e representatividade feminina, a exposição “Dona Militana: tradução estética de narrativas da romanceira potiguar” foi aberta neste sábado (8), na Pinacoteca do Estado, durante as ações alusivas ao Dia Internacional da Mulher. A data escolhida para a abertura homenageia o centenário de nascimento de uma das mais importantes guardiãs da cultura popular do Rio Grande do Norte.

A exposição, com entrada gratuita para o público, permanecerá aberta até o dia 28 de março. A mostra é uma iniciativa da Editora da UFRN (EDUFRN) e nasce a partir do livro homônimo da pesquisadora Angela Almeida, publicado em 2024. A obra literária reúne romances cantados pela romanceira, acompanhados de representações artísticas que convidam à reflexão sobre memória, identidade e resistência cultural.

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Exposição “Dona Militana: tradução estética de narrativas da romanceira potiguar” - Foto: Humberto Sales/Assecom

Ocupando três salas interligadas da Pinacoteca, a mostra retrata Dona Militana em seu cotidiano. Cada instalação combina elementos da cultura popular nordestina e africana, celebrando a força e a determinação dela em preservar a tradição oral.

O visitante passeia pelos espaços “Raízes da Memória”, que homenageia a forma de transmitir romances; “Reino de Oiteiros”, que reinterpreta as origens; “Baluarte”, uma torre simbólica de resistência cultural; e “Água”, que relaciona a fluidez das narrativas com a transmissão cultural entre Brasil, Portugal e África.

A curadoria da exposição foi assinada por Angela Almeida, Rafael Sordi Campos e Marcos Paulo Pereira. O trabalho propõe um diálogo entre os registros fotográficos e as instalações, criando uma experiência sensorial, delineando pela obra a trajetória da artista popular, que completa 100 anos em 2025.

“A exposição foi pensada para ser uma experiência imersiva, que convida cada um de nós a se conectar com a história e o legado desta figura tão importante da nossa cultura”, destacou Angela Almeida.

A abertura da mostra contou com a participação de familiares de Dona Militana — que faleceu em 9 de junho de 2010, aos 85 anos. Uma das suas filhas, Benedita Nascimento Nogueira, disse estar encantada com a homenagem: “Foi uma surpresa encontrar tanta beleza. Estou muito feliz ao ver que a história da minha mãe está sendo preservada e que, a partir de hoje, pode ser conhecida por muitas pessoas”, agradeceu.

Imagens e memória

Além das peças relacionadas à obra de Dona Militana, a exposição também recebeu obras dos artesãos Zé Santana e Zé da Palha, de São Gonçalo do Amarante, que ajudam a nortear o universo em que se inserem os trabalhos da romanceira potiguar.

A mostra conta também com imagens do fotógrafo Wagner Varela, capturadas durante uma convivência próxima com a romanceira no início dos anos 2000. As fotografias documentam seus últimos anos de vida, incluindo momentos de introspecção e sua relação com a religiosidade e a oralidade.

“Eu trouxe seis fotos inéditas de Dona Militana. A proposta é fazer uma homenagem à grande romanceira da nossa querida e amada cidade, São Gonçalo do Amarante. Estou feliz por poder colaborar, mostrando com as imagens o poder do seu cotidiano, da sua religiosidade, e a sua marca autêntica de fibra, fé e coragem, como foi a nossa eterna Dona Militana”, comentou o fotógrafo, que veio de Brasília para acompanhar a abertura da exposição.

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