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Segurança pública

Discriminação racial é o crime mais comum registrado pela DECRID no RN, seguido por LGBTfobia

DECRID, que completará um ano de atuação no próximo dia 25 de março, já atuou em casos chocantes de preconceito racial e LGBTfobia
Redação
18/03/2025 | 14:24

A discriminação racial é o crime mais comum registrado pela Delegacia Especializada de Combate a Crimes de Racismo, Intolerância e Discriminação (DECRID) no Rio Grande do Norte. “O mais comum é a discriminação em razão da cor. O STF compreendeu como um racismo social, inclusive. E a orientação sexual também vem em segundo lugar”, afirmou a delegada titular Paoulla Maués.

A DECRID, que completará um ano de atuação no próximo dia 25 de março, já atuou em casos chocantes de preconceito racial e LGBTfobia. Um dos casos recentes envolveu uma avó que discriminava a neta de cinco anos por causa da cor da pele. “A comida da menina era diferente dos demais netos, ela não tirava fotos com a criança, e a menina percebeu isso”, relatou Paoulla.

delegada
Delegada Paoulla Maués. Foto: José Aldenir / Agora RN

Outro caso que chamou a atenção da equipe foi o de um pai que agrediu o filho por não aceitar sua orientação sexual. “Um jovem, recém-aprovado em universidade, muito estudioso e educado, foi agredido pelo pai, que não aceitava sua orientação sexual. Ele chegou à delegacia todo lesionado”, contou a delegada.

A DECRID, única delegacia da Polícia Civil do RN composta exclusivamente por mulheres, também atua no combate à intolerância religiosa e à discriminação por procedência nacional. “Às vezes, muçulmanos ou pessoas de outras nacionalidades sofrem com piadas ofensivas ou são negados serviços em estabelecimentos comerciais”, disse Paoulla.

A delegacia planeja ações educativas para conscientizar a população sobre os crimes de discriminação. “A ideia é que a gente faça ações. Este ano, iríamos fazer uma ação mais contundente no Carnaval, mas não deu. Temos vários planejamentos para este ano”, afirmou Paoulla.

A DECRID está localizada no prédio do Departamento de Proteção a Grupos em Situação de Vulnerabilidade (DPGV), no bairro de Lagoa Nova, em Natal. Em casos de flagrante, a população pode acionar a Polícia Militar pelo 190. Denúncias também podem ser feitas virtualmente, por meio do boletim de ocorrência online.

A delegada reforçou a importância da denúncia para combater a discriminação. “A maior parte da sociedade rechaça esse tipo de comportamento, mas uma parte pequena ainda insiste. Para esses, os rigores da lei”, concluiu Paoulla.

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