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Marcelo Hollanda
Araçatuba, em São Paulo, é a prova viva de que a vida é muito melhor com fuzis do que com feijão na mesa
Confira a coluna de Marcelo Hollanda desta terça-feira 31
Marcelo Hollanda
31/08/2021 | 09:27

Ah, esses banqueiros comunistas!

O presidente Jair Bolsonaro autorizou e o ministro Paulo Guedes, da Economia, aquiesceu.

Caixa Econômica e Banco do Brasil estão fora da Federação Brasileira dos Bancos até notícia em contrário.

O José da esquina nem vai tomar conhecimento, mas o simbolismo dessa decisão é representativo do momento vivido pelo País.

Assim que a Febraban anunciou seu apoio a carta da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) condenando a “escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas”, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, correu em solidariedade ao presidente.

E abanando a cauda, como sempre faz quando se propõe a agradar o presidente, levou o Banco do Brasil junto, duas instituições centenárias a serviço de um governo.

Guimarães submeteu a proposta a Bolsonaro e ao ministro Paulo Guedes, que depois de uma brevíssima avaliação deram o ok.

O primeiro com entusiasmo e o segundo pelo amor ao cargo.

Agora, nem banqueiros podem mais pedir harmonia entre os poderes sem serem considerados inimigos do califado.

Paulo Guedes é hoje um peão desmoralizado de um governo que acorda e vai dormir pregando golpe de Estado e fechamento de instituições.

Ele deixou de ser um empecilho ao rombo fiscal que vai escancarar esse queijo suíço que são as finanças públicas do Brasil comprometidas antecipadamente com a reeleição do presidente.

Como sempre, setores submissos do empresariado e do baixo agronegócio se ajoelharam.

Entre esses patriotas, está o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio, que não assinou o documento da Febraban por considerar o manifesto um ato político que contraria a orientação apolítica da entidade que ele comanda.

No âmbito das federações estaduais de empresários e do setor rural, é quase um mantra não se meter em política, a menos que seja para manifestar simpatia e submissão ao poder político.

Por incrível que pareça, os banqueiros privados – que raramente se posicionam sobre alguma coisa que não seja pauta de seu estrito interesse – são os que condenam o radicalismo por entenderem que a sociedade perde com governantes autoritários.

Mas até eles já perceberam que é tarde demais diante de tanta submissão e desinteresse público pelo Brasil.

Em tempo
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o manifesto apoiado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e que gerou reação contrária dos bancos públicos, não deve sair nesta semana. Segundo O Globo, Lira teria conversado ainda neste domingo com Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e um dos principais idealizadores do documento, e ficou combinado aguardar até o feriado de Sete de Setembro. Assim, é muita carga para o Dia da Independência.

Adesões
Segundo a Folha de S.Paulo, o documento em defesa do equilíbrio entre os Poderes da República, que teve a oposição obsequiosa da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, tem o apoio de amplos setores do empresariado que insistem em não ficar de quatro para as investidas autoritárias do governo.
Segundo pessoas ligadas à elaboração do documento e ouvidas pelo jornal, trata-se do manifesto da maior frente empresarial já criada em defesa do equilíbrio institucional no Brasil. Ele congrega entidades que representam realmente as maiores empresas do país.

Peso
Além de Febraban e Fiesp, também estavam entre as primeiras entidades mobilizadas o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). É claro, assim que o movimento tomou corpo começou a sofrer forte pressão do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e de Fausto Ribeiro, presidente do Banco do Brasil, que integra o conselho diretor da Febraban.

Intervencionismo
Não precisa ser gênio para deduzir que depois de intervir na Polícia Federal, nas Polícias Militares, no Ministério Público, no Ministério da Saúde, no Ministério da Defesa e trocar até a mulher o cafezinho, o presidente Bolsonaro mete a colher do governo nos bancos federais para interferir na governança de associações privadas. Em breve, vai interferir na mudança de síndico de prédio.

Faroeste paulista
Araçatuba, a 521 km de São Paulo, é a prova viva de que a vida é muito melhor com fuzis do que com feijão na mesa. O que se viu lá é o bom exemplo que emana de gente portando armamento pesado e bombas. Quando cada cidadão tiver o seu próprio fuzil, como deseja o presidente Bolsonaro, o que teremos serão grandes carnificinas com liberdade de expressão.

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