A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na tarde deste sábado 11, o homem suspeito de ter chefiado o ataque a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Tremembé, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.
O homem, conhecido como “Nero do Piseiro”, já tinha passagem por porte ilegal de arma de fogo e confessou o crime. O acusado participou da ação e foi reconhecido pelas vítimas e é apontado como responsável intelectual do ataque.

O ataque ocorreu na noite da última sexta-feira (10) e deixou oito pessoas baleadas — duas morreram no local. As vítimas foram socorridas e encaminhadas para o Hospital Regional de Taubaté e Pronto Socorro de Tremembé. Ouvidas pela polícia, as testemunhas disseram que viram os criminosos chegando ao local em carros e motos, e momentos depois, atiraram.
Anteriormente, o MST havia informado que o ataque ocasionou três mortes, sendo uma delas após um período de internação. Mais tarde, o Movimento recuou, destacando o total de duas vítimas fatais. Em coletiva, o delegado Daniel Lourenco Von Gal, delegado da Seccional de Polícia Civil de Taubaté, disse que uma mulher ferida está em estado grave de saúde.
A investigação indica que a motivação do crime seria um desentendimento sobre o comércio irregular de terreno dentro da área de assentamento Olga Benário.
Na noite do crime, um outro homem foi abordado no local e autuado em flagrante por porte ilegal da arma. De acordo com a polícia, ele teria ido socorrer às vítimas após o grupo sair da propriedade.
Foram apreendidas armas brancas e munições de calibres diversos, incluindo escopetas. No local, foram apreendidos:
- 1 rastelo
- 1 enxada
- 1 picareta
- 4 facas
- 5 estojos calibre 12
- 17 estojos aparentando 9 mm
Testemunhas disseram que foram ameaçados por uma pessoa chamado de Ítalo — esse é o segundo identificado pela política por atuar no ataque. Em depoimento, Nero do Piseiro contou a polícia onde moram outras pessoas envolvidas no crime. De acordo com o MST, 10 criminosos entreram no assentamento.
O caso foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido no plantão da Delegacia Seccional de Taubaté. A investigação está sendo realizada pela Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Taubaté.
Com informações da CNN Brasil